segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Terras do Nem e de Ninguém (1)

Terras do Nem e de Ninguém (parte 1)


Nova Parnamirim que muitos ainda conhecem e o(a) reconhecem como Nem, pois muitas vezes fica difícil saber se o bairro esta localizado em Natal ou em Parnamirim. Sem saber se pertence a capital potiguar, Natal, ou a cidade do Trampolim da Vitoria, Parnamirim. Ficando nem lá e nem cá, daí muitos a chamarem, ou a conhecerem, a localidade pela denominação de Nem, a localidade de Nova Parnamirim. Por fim é uma terra de nem e de ninguém. Cada um exerce a sua própria lei, as suas próprias vontades de acordo com as suas próprias necessidades.
Nova Parnamirim vive a duvida Shakespeareana de ser ou não ser. Duvida de ser um bairro de Natal, ou um bairro de Parnamirim, de pertencer ou não pertencer a cidade de Parnamirim/RN ou a cidade de Natal/RN. Enquanto não se define, fica sendo a terra do Nem e de Ninguém. O dilema de ser a Zona Sul (ZS) de Natal ou a Zona Norte (ZN) de Parnamirim. Dicotomias, pois tem problemas de ZN e ares de ZS. Com ares e lugares, geograficamente o bairro esta localizado no lado sul de Natal e do lado norte de Parnamirim.
A Nova Parnamirim, politicamente, pertence à administração do município norte rio-grandense denominado atualmente de Parnamirim, palavra do tupy-guarani que significa ‘rio pequeno’ e é a terra dos parnamirinenses (gentílico).
Com um olhar geográfico, não existe nenhum acidente geográfico, de porte como um rio, vale ou montanha, que defina uma divisa geográfica entre os municípios de Natal e Parnamirim. Distante apenas 12 quilômetros da capital potiguar, com um tempo estimado de viagem de 30 min, faz parte da chamada Grande Natal ou também da denominada Região Metropolitana de Natal.
Avenida Ayrton Senna homenagem ao piloto brasileiro falecido em trágico acidente em um dia do Trabalhador. A Avenida Ayrton Senna parte de Natal, corta o município de Parnamirim pelo bairro de Nova Parnamirim. É destinada a pilotos urbanos deixando trabalhadores e pedestres na poeira e na fumaça dos veículos. Pilotos não satisfeitos com as pistas que permitem altas velocidades, com poucas curvas, quase uma reta, fazem das calçadas seus boxes e pit stops.
Com a desculpa de paradas rápidas, param na pista, atrapalhando o transito, interferem na ocupação das calçadas, impedindo a passagem e travessia de pedestres. Ocupam faixas de pedestres como se fosse um direito a quem está motorizado. Desrespeitam as travessias como donos da pista de asfalto.
Fazendo das calçadas seus boxes, estacionam e não deixam espaços mínimos para a acessibilidade, o direito de todos a utilizar o espaço público, o chamado passeio público. Um desafio à portadores de limitação de locomoção, ou reduzidas possibilidades de locomoção, bem como o transito de carrinhos de bebês, ou mesmo carrinhos de compras para mercados e feiras.
Estacionam em calçadas como uma extensão de suas propriedades. Ocupam vagas de deficientes e idosos por entender que são os mais importantes naquele momento. Por vezes carros grandes estacionam quase que dentro de estabelecimentos comerciais, avançando os limites das portas, dificultando o transito de clientes dentro do estabelecimento, com a conivência de comerciantes e comerciários. Obstruem acesos de pedestres ao comercio garantidos por conhecimentos de outrem.
Entre as travessias da Avenida Ayrton Senna pedestres equilibram-se nos estreitos canteiros centrais da avenida, enquanto os veículos fazem deslocamentos de ares por suas velocidades ao transitar em direções contrarias, pela frente e por traz do pedestre transeunte. Faixas de pedestres pouco visíveis, sem sinalização vertical, desgastadas pelo transito, muitas das vezes partem do nada com destino a lugar nenhum.
Calçadas ocupadas por carros e catralhas, por entulhos e metralhas, por obras e reformas, por desmazelos e atropelos. Ruas disputadas por ônibus e caminhões, por carros e carroças, cargas e descargas, pedestres e cidadãos.

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Texto disponivel em:
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  11/11/2013



Roberto Cardoso
(Maracajá)







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