domingo, 24 de novembro de 2013

A construção do conhecimento (11)

A construção do conhecimento (11)

Poucos são os educadores que conseguem se posicionar em outra condição, na posição do educando. A grande parte posiciona-se como detentores do saber e do poder, com onisciência e onipotência, esquecendo ou desconhecendo que saber e conhecimento são trocas simbióticas. As relações de gênero tendem a fazer um equilíbrio no ambiente organizacional da relação discente e docente.

Disse Aparecida T. Garcia, a Irmã Jacinta, em citação de uma pesquisa finalizada em 1987, que Edith Stein (Alemanha 1891-1942) tinha uma convicção: Só uma pessoa bem formada pode ser formadora (Ed. Loyola s/d). A missão da universidade é a tarefa indelegável da difusão do saber, mantendo a sincronia dos problemas do homem em seu tempo, em busca de uma sociedade mais humana, mais justa e mais cristã, diz a Irmã Milani, chanceler da USC/SP, apresentando o trabalho de Irmã Jacinta. Milani ainda diz que a práxis pedagógica de Stein é um subsidio valioso à causa da mulher, a mulher educadora (idem).

Pesquisas realizadas dão como resultados que mulheres precisam de um esforço muito grande para ser notada em relação ao seu desempenho, conclusão explicita em “Representações sociais das relações de gênero na educação superior”, texto de quatro autores publicado no livro “Relações de Gênero no Espaço Organizacional”, elaborado e concluído por três editores e diversos autores (UFLA, Lavras/MG, 2004). 

Em direções e coordenações de faculdades e centros universitários é evidente a predominância masculina. E parafraseando Rose-Marie Lagrave em “Trabalhar com Bourdieu” coordenado por Lagrave e Encrevé (Bertrand Brasil, 2005): Reconhecer-se dominada é um fato distribuído de forma desigual entre a população feminina, dentro de uma avaliação individual ou coletiva corresponde a fato que depende da posse de um capital escolar. Nem todas percebem tal posicionamento, depende de sua aquisição de conhecimento para identificar tal situação, diferindo em meios sociais ou proximidades de lutas femininas, já que muitas dizem estar acima disso.

O momento atual tem avanços rápidos. Seja no campo da ciência ou da tecnologia, e principalmente dos meios de comunicação. A universidade esta em alerta, necessitando um acerto de ritmo no seu caminhar, diz Thereza Marini, doutora e livre docente em didática na UNESP, em “A função do ensino e a formação do professor universitário” (Paulus, 2013).

Vivemos um momento em que a função do intelectual específico deve ser reelaborada, já dizia Michel Foucault (1926-1984) em Microfísica do poder. Focault foi parceiro de Simone de Beauvoir (1908-1986). “É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distancia que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência completa”, palavras de Simone.

É o aluno quem sente na pele os reflexos da qualidade do ensino escolar, uma qualidade percebida pelo seu grau de participação e aulas recebidas, o desconforto pelo que paga e pelo que recebe, diz Luiza Gavaldon em seu texto “A qualidade do ensino na visão do aluno” em “Educação sem Fronteiras: em discussão o ensino superior” (Pioneira, 1996). Um aluno não é uma caixa vazia a espera de ensinamentos, Carmem Carpinelli em “Avaliação Globalizadora: um desafio para a universidade” (ibdem). Utilizar-se de um conhecimento adquirido nem sempre é um direito dado ao aluno.

Gavaldom usou a palavra pele para designar uma percepção, uma simbologia com o uso da pele perceptiva. E os símbolos falam, falam de você, de mim, da sua família, do grupo de estudo e balada, das cidades do povo e da historia diz Maria Celina Nasser em “O que dizem os símbolos?” (Paulus, 2003).

A pele exprime um sentido, uma percepção, uma sensação do meio exterior. Estar dentro da própria pele é estar dentro de um corpo com braços e pernas, é perceber qual é a sensação e localização exata de algo, como diz Geneen Roth (autora best seller do NYT), em “Mulheres, Comida & Deus” (Lua de Papel, 2010). É a pele que interage com o meio, as primeiras sensações são através de terminais nervosos sob o tecido epitelial, frio ou quente, úmido ou seco, agradável ou desagradável. Com frios e calafrios, calores e odores.

O processo que gerou um novo paradigma na universidade brasileira ocorreu na década de 1960, a partir de movimentos liderados por estudantes universitários, organizados na UNE, diz Sueli Mazzilli da Universidade Católica de Santos (Revista ANDES, 2011). Hoje os estudantes estão de volta às ruas. O ano de 2011 foi o marco do inicio da reconquista do espaço publico, a partir da Europa com a Primavera Árabe e o movimento Occupy. O movimento chegou ao Brasil ocupando as ruas por novos norteamentos, políticos, educacionais e sociais.

A universidade é um espaço público, a ser ocupado com ideias e pessoas, e como diz Mirna Santiago, gestora e consultora de qualidade, professora e mestre universitária, com as palavras de Garvin: As organizações só aprendem por meio de indivíduos que aprendem. Mirna ainda acrescenta que uma organização para crescer e sobreviver deve investir em pessoas, com as palavras de Gomes (Dissertação de mestrado: Guimarães, M.S. in CT-UFRN, 2008. Natal/RN).

A universidade tem mais a aprender e a ganhar com alunos do que estes com a universidade. Embora o texto de Mirna tenha sido feito com olhares para uma empresa publica prestadora de serviços, torna-se valido também a uma universidade que é uma fornecedora de serviços, estatal ou particular. “A criatividade precisa ser enfocada para que tenhamos consciência do nosso potencial para enfrentar desafios”, palavras de Marly Amarilha, doutora em Letras, professora do DFPE/UFRN (Jornal da UFRN, Nº 66 – outubro/2013)

Toda pesquisa pedagógica é realizada sob os pontos de vistas dos organizadores da pesquisa, mestres e doutores. Sob seus pontos de vistas, analisam alunos, criando critérios de avaliação e analise fundamentadas, a partir de seus ângulos e seus conceitos. Torna o aluno um mero objeto da pesquisa, analisado pelo sujeito pesquisador, aquele que supostamente detém o conhecimento. Uma pesquisa que deve dar resultados estimados e esperados em padrões e parâmetros determinados por seus pesquisadores. Uma pesquisa leva a um resultado desejado, caso contrário ela é abandonada.

A noção de conhecimento, uma relação entre um sujeito e um objeto, fixada pelos filósofos dos séculos XVII-XVIII, diz Santos em “Platão e a construção do conhecimento” (Paulus, 2012). O ser humano é um ser histórico e social e pode mudar sua trajetória durante sua jornada.

FIM (11)


Entre Natal e Parnamirim/RN ─  24/11/2013
Jornal de HOJE



Palavras Chaves: gestão; genero; conhecimento

Palabras Clave: gestión; género; conocimiento

Key Words: management; gender; knowledge

PRÊMIO
DESTAQUES DO MERCADO - INFORMATICA 2013
Categoria Colunista em Informática


023.1461.13
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Natal/RN

Roberto Cardoso
(Maracajá)

ESTRATEGISTA

Cientista Social
Jornalista Científico
Reiki Master & Karuna Reiki Master

Colunista em Informática em Revista

Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)




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