quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Caravanas Literárias


Caravanas Literárias

 
PDF 495




Caravanas um dia partiram levantando poeira na estrada. Caravelas e navios deixaram rastros sobre a agua. Um rastro de fumaça ou vapores d’água, hoje ficam pelas estradas onde as caravanas passam, as novas caravanas motorizadas, embarcadas em vans, com suas vans picapes e filosofias anotadas. Um motorista segue como cocheiro, transporta passageiros em motores à cavalos (HP).

Caravanas literárias partem rumo ao desconhecido. Um ambiente literário inóspito a ser desbravado. Sem a certeza de espaços e seres que vão encontrar, e vão conhecer em outras paragens, depois de apreciar algumas paisagens. Encontrar seres alfabetizados, falantes e amistosos é o seu primeiro objetivo. Seres com que possam negociar suas mercadorias. Seres que podem estar despidos daquilo que a caravana leva consigo, o conhecimento através da literatura, seus pontos de vistas, a partir de que cada desbravador artista literário, escreveu e construiu em um livro.

Levam um conhecimento e esperam uma contrapartida. Partem em busca de novas pedras e novos metais; novas preciosidades e novas especiarias que contribuam com seus conhecimentos e artes até aqui adquiridos, e registrados em livros. Buscam um reconhecimento. Vão em busca de novos elementos que possam contribuir com seus pensamentos para criar novos conhecimentos. Partem em busca de novos povos que sabem existir no final da estrada, seres acampados em escolas, com muito ou pouco conhecimento, a partir de suas ideias e pontos de vista. Não existe uma certeza do que podem encontrar no final das estradas. Talvez nenhum conhecimento daquilo que a caravana leva em suas bagagens bibliográficas. Será necessário primeiro cativa-los e catequiza-los com seus deuses e personagens anotados em livros.

Identificam escolas e cidades com um povo reunido, que podem ter ou não ter arquivos de conhecimentos, que os caravaneiros chamam de bibliotecas. Um conjunto de livros enfileirados sobre prateleiras, ordenados e catalogados para facilitar buscas e acessos com as suas referências. Arquivos que podem registrar a própria história local ou histórias de outros lugares. Por vezes procuram o pajé dos livros e não acham, e o cacique justifica a sua ausência: por falta de recursos, falta de estrutura, ou falta de paciência.

Os indígenas brasileiros não tinham as denominadas bibliotecas, mas tinham estratégias de perpetuar seus conhecimentos e sua cultura. A cultura guardada, o conjunto de conhecimentos, estaria representada em seus corpos e utensílios, armas e equipamentos. Pinturas, cores e formas, que eram constantemente lidos e revisados em danças e datas festivas. O descobridor não entendeu, e julgou-os como possuidores de uma linguagem oral, e sem escrita. Resumindo: não tinham um conhecimento, já que não perpetuavam suas vitorias e conquistas.

Caravaneiros literários buscam levar suas práticas e conhecimentos. Tem a missão de catequisar alunos e professores a exercerem sua cultura, vinda de outras plagas, na pratica da leitura como um conhecimento. Tal como fizeram descobridores impondo sua religião e seu Deus, sem ensinar como rezar, eram os eternos não civilizados e pecadores. Em tempos de internet, ainda é possível encontrar alguns cidadãos que não estão antenados com a estratégia da literatura, um modo rudimentar de transmissão do conhecimento, inventado a alguns séculos passados. Parecem ser seres bastante atrasados, em suas culturas, sem uma literatura.

Descobridores distribuíram espelhos como presentes e souvenir, aos indígenas que encontraram, hoje já não é necessário distribuir pedaços de espelhos quebrados. Muitos já possuem um pequeno aparelho nas mãos que servem tal como um espelho, onde podem congelar um momento, e ver outros seres, do outro lado do mundo.

Caravaneiros levam suas práticas e realizam um ritual, com um povo reunido, a missa pascal. Fazem uma primeira reunião tal como um dia desembarcaram, e realizaram uma primeira missa. Com um evento ritualístico e documentado, deixam seus conhecimentos e seus livros. Deixam uma atitude com um intensão, de que podem voltar e encontrar outros seres mais evoluídos, seres que leram os seus livros. E tal como os índios, muitos não estarão preparados para sua chegada, mas são seres amigos e receptivos.

Não existindo uma certeza do que encontrar na estrada, torna-se necessário levar outros equipamentos, além de bussola e astrolábio; e outros pensamentos de novas tecnologias, que possam ser aplicados ou utilizados. O ser que viaja não é o mesmo ser que volta, tal como aquele ser que está lá longe em outro lugar, e diariamente se banha com outras aguas, que percorreram outras paragens.

Em outras épocas comerciantes investiam nas viagens de descobrimentos, com a intenção de obter mercadorias. Hoje os comerciantes podem investir em caravanas literárias, obtendo outras regalias, como a renúncia de impostos, com seus nomes expostos nas viagens formadoras de novos leitores e consumidores, que podem consumir seus serviços e mercadorias. E até estabelecer suas benfeitorias, quem sabe um café literário, substituindo a companhia do chá das índias.

 

30/09/15

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Duas datas que não terminaram em pizza


Duas datas que não terminaram em pizza

 PDF 494
 
 
Duas datas, relativas a dois Alves, Agnelo e Carlos Eduardo, datas que não terminaram em pizza. Comportamentos e declarações tornam Carlos Eduardo, uma biografia viva em memória do pai. Perpetua-se um nome pelas suas obras, pelas lembranças, por condecorações e por comemorações relacionadas a ele. E quem sabe poderíamos lembrar de alguém, por seus gostos e suas pizzas. A ANL deu novo passo ressuscitando seu imortal, na tal cidade onde viveu, criando uma tal medalha alusiva.
Aconteceu a presença matutina de Carlos Eduardo Alves na ANL Academia de Norte-rio-grandense de Letras, tecendo histórias e lembranças a Agnelo Alves, o jornalista AA. Mais uma vez Carlos Eduardo esteve presente na ANL em memória a cadeira e a carreira de seu pai. E cada vez que Carlos Eduardo entra na Academia, vem-lhe à mente, alguma lembrança de seu pai, principalmente uma, como o dia que Agnelo ingressou naquela academia. E ao final do evento de posse, convidou seu filho Carlos Eduardo para sair, e comer uma pizza. O dia que não terminou em pizza, que por estar com uma indisposição momentânea, Carlos Eduardo sugeriu outro dia.
Carlos Eduardo esteve recentemente na Academia (21/09), e voltou outro dia (28/09), tendo oportunidade de citar o tal fato da pizza, aos presentes diante uma mesma mesa, o fato de não ter aceitado o convite, e não ter ido naquela data fazer a comemoração com uma pizza. Uma pizza que hoje não tem como lembrar, o tipo que seria escolhido, com o aroma e o sabor, em um espaço reservado, comemorando aquele longínquo dia. Não terminou em pizza aquele dia. Hoje não há como descrever o momento, o local e a pizza, um dia que não teve nem pizza e nem crônica, sem descrever e sem como contar, não há como lembrar.
Resta lembrar que uma pizza tem a grande participação dos que a vão consumir, diferente de outros pratos do cardápio, que tem total participação do cozinheiro. O pizzaiolo ou cozinheiro segue à risca o que deve estar escrito e descrito sobre a pizza, e em suas margens. Podendo ser escolhido coberturas variadas e bordas recheadas. Uma pizza é como um texto escrito em cima de uma massa, tal como as letras e palavras dispostas sobre o papel. Com cores, gramaturas e texturas diferentes. Um texto ou pizza depois de prontos, resta uma degustação, com interpretações e sabores.
A última visita de Carlos Eduardo a Academia (28/09), também não terminou em pizza. Terminou como se começa o dia, com um café da manhã anunciando a medalha AA de Agnelo Alves. Embora houvesse sobre a mesa, ingredientes para uma pizza. A ANL tornou público, entre o público presente, a instituição da medalha AA. Uma medalha direcionada a jornalistas. Aqueles que produzem notícias, produzindo uma literatura recente.
Uma medalha para novos jornalistas com novos jornalismos, novas visões coerentes com as novas tecnologias da informação. Um novo tempo de fluir e construir notícias. Notícias que não simplesmente produzem relatos de fatos acontecidos ou por acontecer, mas podem produzir informações que geram conhecimentos, inclusive sobre momentos não acontecidos, e pizzas.
 
 Em 29/09/15
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN
 
 
 
 
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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Jornalismo AA


Jornalismo AA

 
PDF 490
 
 
A América, aproximada da África – AA, com ações e acontecimentos. Natal, terra de avoantes e achegantes. Recebeu almirantes, aventureiros, aviadores e americanos. Primeiro os navios aportaram em Natal, aportaram e atracaram, lançaram âncoras ao fundo, e amarraram suas cordas, as chamadas amarras. Dependendo das rotas e dos ventos alísios soprados das Antilhas, traçando um azimute, poderia ser um primeiro porto a ser avistado. Muitos navios arribaram no porto natalense, para abastecer com agua e alimentos, para depois partir em busca das próximas aventuras e atracações, avistar outras terras, avançar. Era pelo porto que chegavam as primeiras mensagens de além mar. Um ponto de localização AA, que influenciou o articulista e antropólogo CC (Câmara Cascudo).
Depois vieram os hidroaviões que amerissaram, no rio ou no mar. Com muita acuidade e atenção, os primeiros pilotos se aproximaram, avistaram e aterraram. As mensagens passaram a chegar pelo ar. Os aviões aumentaram de tamanho e potência, e foi necessária uma pista de asfalto para aterrissar, aumentou a atividade e a concorrência. Foi base da Air France e escala da Aerospatiale, com o ás Antoine Exupéry. Era o tempo da Pan American e Pan Air, que foram extintas, e vigorou até hoje a aviação americana com a AA – American Airlines. Surgiu algo de novo no ar.
Criou-se o aeroporto Augusto Severo, e depois o Aluízio Alves, em S.G. do Amarante, pousando as outras Aerovias, Air Lines e Air Ways com novas aeronaves: Airbus, Boeing e outros equipamentos. Hoje Aluízio Alves, busca novas atividades angariar. Empresas aéreas podem dividir seus passageiros em classes, e começando pela letra A, antes de alçar voo. Americanos trouxeram aviões e armamentos, e americanos traçaram avenidas numeradas, chegando ao Alecrim. Hoje ainda vemos alguns amarelinhos, antes da chuva chegar.
Um conjunto de palavras iniciadas pelas letras As, desembarcaram notícias alvissareiras em Natal - NAT. A tal cidade, e na tal cidade AA. Depois de aviões atravessando o Atlântico e o continente americano, arribou-se para outro lado. Embrenhou-se em artefatos relacionados ao espaço, construindo uma base aeronáutica, uma base aeroespacial, com artefatos da astronáutica. Dos almirantes, ficaram os brigadeiros, com uma nova missão para alcançar.
Na tal cidade achegada as notícias, Agnelo Alves foi um jornalista AA, a começar pelas iniciais de seu nome. Angariou acontecimentos e conhecimentos. E depois, por muito ter lido e ter escrito, sobre as duas cidades por ele administradas. Administrou seus arquivos de ideias, com letras e livros escolhidos em bancas e prateleiras ampliadas. Atingiu a academia dos letrados. Avistou conhecimentos antes, para serem anunciados.
Em memória e homenagem ao Jornalista AA, a ANL - Academia Norte-rio-grandense de Letras, lança o prêmio de jornalismo AA, em referência ao seu acadêmico que deixou uma cadeira vaga no ar. Um prêmio que em breve deve ser anunciado, e já tem data marcada, que a mídia diária deve anunciar. O prêmio de jornalismo AA, de Agnelo Alves, com algumas outras letras para premiar: Articulista, Blogueiro, Colunista, D,, e etc,. Só quando o prêmio for anunciado ao amanhecer, é que saberemos quantas letras do alfabeto terá.
 
Antes do Amanhecer
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN, 24/09/15
 
 
 
 

A informação ganha novas velocidades



A informação ganha novas velocidades
 PDF 493
 
 
 
 
 
O tempo e os tempos dos tempos na aprendizagem, na transmissão de uma informação e um conhecimento: Tempo de brincar com brinquedos educacionais; Tempo de alfabetizar. Tempo de aprender a somar e multiplicar; tempo de aprender a dividir e subtrair. Tempo de aprender a história do Brasil; tempo de aprender a geografia local, até chegar na geografia e na história global.  Tempo de aprender o tempo verbal e as classes gramaticais; as regras ortográficas. Tempo de aprender outros idiomas. Tempo de aprender fórmulas matemáticas da álgebra e da geometria, um passo para chegar na trigonometria. Cálculos matemáticos a caminho das disciplinas de Cálculo, com diferencial e integral.

Tempo de aprender em enormes livros de anatomia e fisiologia, com um olhar na citologia e outro na fisiologia, em conjunto com a histologia. Tempo de juntar todos os conhecimentos da biologia para estudar a fisiopatologia. A junção de todos os conhecimentos médicos e científicos para entender uma bula ou uma receita.

O tempo de estudar em livros diversos, divididos em volumes, fazendo parte de uma biblioteca temática. Tempo de ler livros de acordo com um tempo do colégio ou da escola, da faculdade ou da universidade. Tempo de ler resumos e pontos de vista e chegou-se ao tempo das revistas. Revistas com temas simples, rápidos e objetivos. Artigos simples e rápidos para ler um pouco, em pouco tempo. Um artigo não pode ser muito extenso, já não há mais tempo. Assuntos que podem não ir a fundo no conhecimento, mas é um primeiro ponto de vista, ou um novo ponto de vista. Um primeiro argumento para sair em busca de outros pontos de vista, ou novos conhecimentos.

Tempo de aprender a utilizar um computador, ou um telefone com acesso à internet, com programas e aplicativos. Já não há mais tempo, é necessário logo usar os aparelhos e aprender as funcionalidades, de aplicativos e programas com o tempo, com as necessidades que chegam com o tempo. Já não há tempo, para fazer um curso ou ler um manual operacional, uma nova mensagem com outras informações está chegando a todo momento. Todo aquele tempo disponibilizado para aprender em escolas, livros, e revistas estão embutidos em pequenos aparelhos.

E a quantidade de conhecimento aumentou muito durante os últimos anos. Uma tamanha quantidade que se tornou necessário diminuir uma velocidade. A velocidade de exposição de alguns conhecimentos. Dos pequenos livros chegou-se as revistas, que agora estão sendo substituídas pelas entrevistas, com as características de uma aula ao vivo.

Uma enorme quantidade de informações e conhecimentos podem ser transmitidos por uma entrevista, com o ambiente, o entrevistador, o entrevistado e o tema.  Um novo tempo para transmitir uma informação, o tempo de tomar um café. Um café com o Jaécio. Um Jaécio que já passou pelo período dos livros, das bulas e das revistas, e agora estabelece um novo tempo. E nem teve tempo de registrar um sobrenome, ficou com nome e prenome: Jaécio Carlos. A família que estabeleceu o Carlos como sobrenome, quem sabe, em função do tempo.

A nova velocidade do tempo. Com uma mão é possível segurar um pequeno aparelho com aplicativos, e com outra mão segura-se uma caneca, a caneca com um café da tarde com Jaécio Carlos.

 29/09/2015

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