quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Nem e de Ninguém (parte 2)


Terras do Nem e de Ninguém (parte 2)



Nova Parnamirim um bairro que muitos ainda conhecem ou lembram como o local de Nem, nem de lá e nem de cá, nem daqui e nem dali. Tudo começou com uma Natal sem espaço para crescer que invadiu as terras do norte de Parnamirim, ou uma Parnamirim invadindo Natal tentando um status de ser Zona Sul da capital.
A partir do marco zero de uma cidade e da Rosa dos Ventos posicionada, uma cidade define as suas direções e localizações dos bairros. Por alguma razão não determinada, ou não conhecida, os processos de ocupação vão se definindo com historias e estórias, com acontecimentos. Cada cidade tem a sua historia de crescimento e ocupação do solo urbano.
No processo de urbanização, a população vai ocupando os espaços, de acordo com as suas possibilidades e condições de terrenos oferecidos ou disponibilizados. Na maioria das cidades a Zona Sul é sinônimo e representação de status e qualidade de vida, enquanto Zona Norte é sinônimo de desordenamento na ocupação urbana com problemas de abastecimentos e oferecimentos de serviços.
Todo administrador publico para conhecer bem seu bairro ou município, deve deixar sua zona de conforto, sair de seus refúgios, de seus carros e de seus gabinetes. Sair em campo pesquisando e anotando problemas. Deixar o carro na garagem e utilizar o transporte público, andar pelas calçadas, atravessar ruas e avenidas. A mulher pública deve usar sapatos com saltos altos para manter a elegância e o equilíbrio, pelas calçadas desniveladas, com obstáculos e depressões. Enquanto homens devem utilizar transporte público com ternos e gravatas como nobres senhores, respeitados e respeitadores, representantes autorizados e legitimados pelos votos do cidadão, preferencialmente nas chamadas horas do rush, quando todos querem e precisam chegar ao trabalho ou a suas residências.
Todos os eleitos para as câmaras municipais poderiam experimentar diariamente uma simples saída para uma hora de almoço, direito de todos os trabalhadores. Sair a pé, munidos de seus vales refeições, circulando pelas ruas das cidades em busca de um restaurante, ou uma lanchonete, a fim de satisfazer suas necessidades fisiológicas da pirâmide de Maslow.
Diariamente administradores do executivo e do legislativo e ate mesmo do judiciário podem ter a oportunidade esquecida, de se sentir como pessoas comuns. Cidadãos de um município que exercem seus direitos de ir e vir, e escolher aonde ir, com os membros e as possibilidades que a natureza ofertou. Andar e comer faz bem, relembrar faz bem melhor. Relembrar que um dia foi um simples cidadão, um eleitor insatisfeito com a administração pública, e que procurou se eleger para melhorar. Cada um faz pelos outros aquilo que gostaria que outros fizessem a ele mesmo.
Prefeitos e governantes bem como funcionários dos órgãos administrativos públicos devem motivar a população com limitação de mobilidade a participar e ocupar os logradouros públicos, motivando e incentivando com exemplos, como sentar em uma cadeira de rodas e circular por ruas e calçadas. Com os espaços públicos ocupados, ir-se-ia na busca do respeito mútuo, entre pedestres e cidadãos, as infrações seriam menores, consequentemente as punições.

BLOG/Metropolitano

Texto disponivel em:
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  13/11/2013


Roberto Cardoso
(Maracajá)






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