sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Receita de texto e segredos de um pão


Receita de texto e segredos de um pão

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Ao ser convidado para estar presente em Quintas Literárias, veio junto uma pergunta que sempre esteve presente com a dupla de mediadores preferidos, e uma diversidade de presentes, os que são escolhidos semanalmente para compor a mesa, e serem arguidos. O questionamento sobre como cada um faz sua a criação. E a plateia fica atenta para uma receita de inovação.

Os mediadores preferidos não compareceram, desta vez. Foi a vez daquele que os classifica como os seus mediadores preferidos. E a mesma pergunta sempre presente não faltou: Como escrever um texto. Como escrever o texto classificado como crônica. De onde vem os personagens e de onde vem a inspiração. Como surgem os pensamentos. A resposta desejada: uma receita.

Sabe-se de antemão que desejam uma receita. Receitas que possam dar certo em suas cozinhas da mente, com neurônios ferventes. Depois de outras quintas chegara a minha vez, com a pergunta fatídica. E a receita lembra de como preparar um texto, ou como pode-se escrever um pão. Nas mais diversas combinações: trançados, enrolados e formatados. Podendo inclusive escrever em outras línguas, sendo as mais comuns: americano, francês, italiano e australiano. Receitas locais podem levar macaxeira e ter a forma de carteira.

Esclarecendo que o pão americano é tal como a própria cultura, feito em formas no estilo quadrado com cantos angulares, e vendido em fatias sempre iguais. A visão cartesiana e formatada, até no pão americano, próprio para sanduiches de frios, em camadas, ou pastas espalhadas. Pequenas porções de pão americanos circulam por festas com nomes de canapés. Na Espanha encontramos os famosos tapas. O pão é um alimento secular que permanece no tempo, não é superado pela tecnologia. Mas vamos para as novas e-tapas.

Escrever um texto é como preparar um pão caseiro. É necessário primeiro saber os ingredientes disponíveis, e na falta de um ingrediente, é necessário ir à rua conseguir, em um supermercado, em uma livraria ou biblioteca. Pode até encontrar em uma padaria. Talvez um vizinho que tenha uma revista, um livro ou um texto da lista de ingredientes possa ajudar. No computador também podemos encontrar uma receita, citada na net; ou uma ideia e uma sugestão em um chat. E o (a) vizinho (a) da net, no final vai querer provar. Vizinho ou vizinha pão doce ou salgado. Pode ser recheado com amêndoas ou Almeida. Farinha Poty ou Paty, do moinho potiguar.

Primeiro passo é diluir o fermento em agua ou leite morno. Sem misturar todos os ingredientes e todas as informações de uma vez. É preciso diluir para começar a fermentar. Diluído o fermento e escolhido o tema do texto, convém esperar algum tempo para a levedura fermentar, e aumentar de tamanho. É a primeira etapa para criar, é o processo do trabalho das leveduras. Canalizações químicas e pontes de criações começam a atuar. Hora de o processo descansar.

Terminada a fermentação chega o momento de outros ingredientes, farinhas diversas podem ser adicionadas. Farinhas que atravessaram estradas, foram empacotadas e estocadas, obedecendo um tempo de validade. Com prazos de validade vencido, das farinhas e das informações, o processo pode não vingar. A massa formada com a farinha e a porção de fermento é bem misturada e sovada. Até que depois de todas as informações, todos os ingredientes estejam em um novo ponto de esperar, e fazer uma nova espera, e um novo crescimento.

Chega-se a última etapa. Todas as informações e conhecimentos estão todos incorporados a uma massa em forma de texto. Chega a hora da formatação. Critérios de margens de crescimentos e os tamanhos das formas e formas necessárias. Estilos de fontes e letras. O pão pode ter diversas formas. Um breve tempo para a massa se acomodar na forma é necessário. Quando entrar no forno, o calor intenso irá terminar com as leveduras biológicas, e o pão deixa de crescer, para assar.

Uma nota importante. É preciso ter e reconhecer todos os ingredientes. Saber suas origens e seus processos de transformações. Produtos que saíram do campo sofreram processos de industrializações. Embalagem, transporte e empacotamento. Já não são os mesmos colhidos em suas origens. Informações de outros, além da origem dos acontecimentos, também foram transformados ao longo de um tempo.

Por fim uma finalização. Um creme ou uma manteiga pode ser passado por cima da massa assada. Por fim uma pequena participação de uma nova presença. Com um nome reduzido e a sua pequena. Primeiro observaram pelo vidro, o forno onde era assado o pão. Entraram discretamente, ficaram logo no primeiro assento encontrado. Parece que atravessaram as placas de vidro do forno e da sala. E chegaram a tempo de participar da minha quinta literária.

E chegara um pedido amizade na minha rede do clube virtual. Com direito a primeira fatia, o primeiro pedaço para ser degustado. Espero que esteja cru e não tenha queimado. Que tenha ficado bem assado. Em outro momento, podemos tentar outra massa, com outras receitas.

 

 

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