domingo, 11 de janeiro de 2015

Copa 2014 – A guerra que não aconteceu



Copa 2014 – A guerra que não aconteceu



Cidades sedes da Copa 2014 foram demolidas e destruídas. Ícones arquitetônicos que representavam cidades pelo Brasil e pelo mundo foram alvos de destruições e demolições. Exércitos de turistas estrangeiros desembarcaram, invadiram as cidades e ocuparam suas praias. Ocuparam cidades em vários alojamentos e acampamentos, tantos os que são formados pelos tradicionais hotéis e motéis, como ocuparam também as pousadas não tradicionais. De hotel e motel surgem os modelos de hostél e albergues. Casas foram transformadas em instalações para receber um exercito de turistas. 

Subiram morros onde havia acomodações, em busca de um ponto estratégico para ocupar e observar melhor a cidade. Com veículos abertos, verdes ou camuflados, no estilo jeep militar, subiram favelas no Rio de Janeiro, procurando novos pontos de observações. Investigaram os ocupantes das denominadas favelas e comunidades, investigaram seus hábitos e seus costumes. Praticaram as ações das Entradas e Bandeiras na tentativa de expandir suas mentes e seus territórios, ao entender e compreender um espaço. Criaram novos pontos de vista, descobriram pedras com vistas preciosas.

Guias brasileiros, lembrando antigas atitudes indígenas, seguiam nas incursões como interpretes, como tradutores e conhecedores das áreas a serem investigadas. A polícia urbana no Rio de Janeiro, já vinha ocupando posições, promovendo pacificações, que garantiriam a entrada dos novos exércitos turísticos e estrangeiros que chegariam. Tal como grupos de fuzileiros que desembarcam primeiro. Ocupam um espaço garantindo e permitindo a chegada de novas tropas.

Aeroportos foram adaptados e climatizados para receber as tropas acostumadas com outros climas. Criou-se nos aeroportos um ambiente de transição e adaptação climática. Uma adaptação ao ambiente de guerra antes de se encaminhar ao front, em um novo campo de batalha. Grandes aviões chegaram estampados com cores e desenhos de seus países e suas equipes. Ônibus climatizados e também estampados com cores próprias transportaram as tropas dos aeroportos para outros ambientes climatizados. Uma operação de guerra foi montada.

Barreiras sanitárias foram criadas, para evitar contaminações de um inimigo invisível. Orientações foram distribuídas nos aeroportos para as tropas que desembarcaram. Cuidados com alimentos nativos, crus ou mal cozidos; cuidados com doenças tropicais; cuidados com mordeduras e arranhaduras de animais domésticos ou silvestres; cuidados com animais peçonhentos, com informações das primeiras atitudes a serem tomadas em caso de ferimentos. Indicações dos primeiros procedimentos, e para depois logo procurar postos de atendimento.

Aos que desembarcavam foram distribuídos, mapas, cartas e plantas das cidades e dos pontos a serem ocupados. Pontos turísticos e pontos importantes eram destacados nos mapas coloridos e ilustrados. Programas e aplicativos para celulares facilitam os deslocamentos e as ocupações. Os novos rádios com GPS.

Não houve necessidades de distribuir pedaços de espelhos como fizeram os portugueses na época do descobrimento. Uma grande maioria já possuía aparelhos de mão onde já podiam se ver e se comunicar em um espaço virtual. Também já conheciam alguns petiscos que acompanhavam refrigerantes e guloseimas, conhecidos desde a presença americana na Segunda Guerra.

Natal/RN abriu uma nova pista de pouso mais afastada do litoral, longe do alcance visual de navios. Evitando assim um ataque marítimo por uma força não aliada. Uma pista com maior capacidade de receber maiores aviões, de cargas ou passageiros, nacionais ou estrangeiros. Uma pista com um grande espaço em torno da área aeroportuária, que poderá ser mais bem aproveitado mais tarde, como um novo aeroporto dentro de novos padrões mundiais. Tal como um dia acontecera, quando instalações militares em Natal/RN, se tornaram instalações civis, com fins comerciais.

Nos campos onde aconteceram as batalhas, os exércitos de turistas tiveram que se adaptar e suportar ao calor do clima local. Cantinas e lanchonetes foram construídas nos campos, oferecendo lanches e refrigerantes em padrões conhecidos e reconhecidos pelos estrangeiros. Campos agora denominados como arenas, lembrando antigas batalhas, onde aconteciam lutas e disputas. 

Lanches em lanchonetes e cantinas, nas arenas, para que os exércitos pudessem se alimentar entre uma batalha e outra. Uma onda de gestão da qualidade com praticas de manipulação e conservação de alimentos também invadiu o pais para garantir que as tropas não sofressem uma intoxicação alimentar, com as praticas locais não aprovadas ou não regulamentadas. Contaminações por praticas não higienizadas, e condenadas por uma ciência da cozinha mundial, com uma gastronomia aprimorada. Temperaturas recordes aconteceram e marcaram o campeonato mundial. Com um clima de guerra, termômetros atingiram temperaturas nunca registradas, que podiam deteriorar alimentos, de origem vegetal ou animal. 

Os gastos públicos do país foram enormes nos palcos e teatros de guerras. Atrativos culturais e musicais, no estilo aberto (for all), foram realizados em Natal/RN, em locais mais afastados de onde aconteciam as batalhas. Uma tentativa de manter a população local longe dos cenários de disputas, um local onde já era difícil coordenar e patrulhar, manter suas posições e ocupações. 

Comitivas brasileiras formadas por forças especiais e forças militares nacionais acompanharam as tropas de elite, desde o desembarque de aviões até os campos onde aconteciam as batalhas. Táticas e estratégias em uma triangulação entre aeroportos, acomodações e arenas. Evitando assim acontecer outros ataques, de surpresa ou inesperados durante os percursos e trajetos. E assim evitando novos conflitos internacionais. Todo percurso ou trajeto primeiro era mapeado e inspecionado, antes de as tropas de elite passar. Centrais de observação foram montadas e monitoradas, com câmeras e grupos diferentes de policiamento, criando uma central de controle e monitoração com tropas civis e militares. 

Aviões e radares patrulhavam incessantemente os céus, criando um espaço aéreo privativo para as tropas que chegavam ou retornavam. Espaços que garantissem aos aviões em voos internacionais, e até nacionais, amplos espaços. Áreas para manobras aéreas de pousos e decolagens, evitando ataques e colisões.

A Alemanha afundou uma esquadra em campo, repetindo a história dos afundamentos de navios na costa brasileira na Segunda Guerra. E a Alemanha unificada sai como campeã. No Rio de Janeiro uma importante artéria do transito foi derrubada, fazendo com que partes de sua estrutura demolida desaparecessem, sem deixar vestígios. 

Agora as cidades no pós-Copa começam a se reconstruir. Começam a funcionar com um pouco mais de tranquilidade. Novos investimentos acontecem para reconstruir as cidades destruídas. Novos modelos devem ser implantados. Quebraram-se os ovos, e agora é possível fazer uma omelete. Demoliram e destruíram o que era velho e imprestável, para criar espaços e novas construções.

Soldados que vieram não voltaram. Aqui deitaram seus corpos e optaram por ficar. Soldados que retornaram as suas origens vão em breve voltar. Turistas podem contar o que viram e influenciar a vinda de novos imigrantes, para participarem de um país em reconstrução. Uma grande oferta de imóveis foi criada, e precisa ser ocupada.

Novos modelos urbanos são planejados e criados. Um novo mobiliário urbano vem sendo implantado, com comodidade e acessibilidade. Pontes foram construídas, com um novo modelo de engenharia, as chamadas pontes estaiadas. Novos modelos de transporte públicos são criados e vem sendo implantados. Atendendo uma nova demanda de publico e dos novos passageiros. Atendendo exigências de novos passageiros, com hábitos e costumes diferentes. Modelos de transportes com ambientes confortáveis e confiáveis, Modelos e veículos de VLTs (Veículo Leves sobre Trilhos), são importados. Modelos de BRTs (Bus Rapid Transit), um transporte rápido por ônibus, vem sendo implantados nas cidades. Amplos espaços abertos podem agora abrigar grandes praças, parques e avenidas como: Plaza Mayor, Central Park e Champs-Élysées.

Uma nova gastronomia vai tomando conta das ruas. A partir de uma gastronomia já existente, vai adaptando-se a novas regras em novos veículos, com novos visuais e novos ambientes. Com novos critérios e novas regras de conservação e manipulação de alimentos. Talvez impere uma nova dominação de gastronômica fast pelas ruas. Substituindo uma antiga gastronomia em locais fechados como fast food.

Por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Natal/RN em 11/01/15

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