domingo, 20 de dezembro de 2015

A produção literária como mercadoria



A produção literária como mercadoria


Revisitando antigos conceitos da economia, vamos encontrar três grandes blocos de produção, de atividades econômicas, e de uma literatura: setor primário, setor secundário e setor terciário. O denominado setor primário, é onde os produtos de valor econômico estão no uso e exploração da terra. Com a descoberta e exploração do território brasileiro, surgiram algumas literaturas, a começar com a carta de Pero Vaz de Caminha. As terras foram descobertas e divididas entre donatários. O momento da propriedade rural, com produção de cana de açúcar, o ciclo do ouro, e outros minerais.

Depois da exploração dos produtos disponíveis na terra, produtos agrícolas e animais podem ser cultivados e criados. E os novos produtos são oferecidos pela terra, com custo e produção calculados. E os produtos da terra dirigem-se ao setor industrial, o setor secundário, com a transformação de matéria prima, o momento da propriedade industrial. O meio rural provocou conhecimentos: plantios, criações e colheitas, com o estudo do tempo. O setor da indústria provocou conhecimentos de transporte, conservação, transformação e industrialização. Estratégias de logística.

Com produtos provindos direto do meio rural, ou das industrias depois de transformados, são direcionadas às cidades, os grandes centros de negociações de compra e venda. E surge um terceiro setor, denominado de terciário, onde o principal ato econômico é uma prestação de serviços, e então é muito comum uma propriedade comercial, para realizar transações de comercialização de serviços e produtos. E nas cidades também foram produzidas as literaturas. Muitas músicas e histórias saíram de bares e restaurantes. Romances mornos e insossos; quentes e ardentes.

Depois de tantos momentos, tantas pesquisas e tantas transformações, tudo que foi feito e observado pode ser transformado em literatura, com sempre foi. Agora em um quarto momento, com o escritor como artesão de tudo que foi visto e armazenado na sua mente. O artesão escritor usa suas ferramentas: lápis e papel ou máquina de escrever; computador e impressora, e outras tantas tecnologias de informação.

Sem o uso de pesquisas ou laboratórios, as informações estão em toda parte, literalmente na palma da mão. Informações plantadas, inseridas e reunidas na mente geram um conhecimento, o feedback do cérebro. O escritor gera um produto, com características próprias, um texto ou uma dissertação. Um livro ou um artigo, caracterizado pela produção de um conhecimento. O texto é único, e tem um dono, um produtor, que detém a propriedade intelectual.

Um texto ou um livro nada mais é que uma mercadoria produzida, onde o conhecimento acumulado foi a matéria prima, processado por mentes auspiciosas e intelectuais. E tal como uma mercadoria, um livro não pode ser apenas colocado em uma estante, como prateleira, de uma biblioteca ou livraria. Todo produto para ser vendido, usado, apreciado e degustado, precisa de estratégias mercadológicas, para vendas, propaganda e marketing. O escritor, o editor e o distribuidor precisam conhecer seu público alvo. Saber onde estão os seus consumidores.

O público consumidor como sempre, tem a liberdade de escolha, comprar um produto completo ou escolher um produto genérico. Fazer dietas e restrições de alimentos e temas. Escolher marcas e embalagens, capas e contracapas, consultar índices e ingredientes. Aceita informações de outros autores ou consumidores, sobre novos autores e determinadas marcas, títulos e mercadorias. Consulta a composição de alimentos e a bibliografia utilizada, para criar produtos e livros. Consulta a safra e a origem da produção, ano e cidade onde foi escrito. Já tem em mente ideias e receitas, culinárias ou medicamentosas.

O leitor, ou o comprador, pode misturar escolhas e sabores, autores e títulos para construir o seu próprio conhecimento. Saberes e sabores. Pode deixar de ser um consumidor de um produto intelectual e tornar-se um produtor de conhecimento. E então terá que buscar e conquistar seus leitores e clientes.

A produção de um livro, bem como a qualidade de um livro, depende do capital intelectual do autor. E a análise do livro a ser lido ou adquirido, depende do capital financeiro ou do capital intelectual do leitor ou comprador, que pode ler e reler um título ou um autor, e emitir uma opinião.

Tudo é uma questão de gosto, conhecimento de especialidades e especiarias; apetite e avaliação.



Em 20/12/15

Roberto Cardoso “Maracajá”

Produtor de conteúdo (Branded Content)







Texto disponível em:








Em 20/12/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

sábado, 5 de dezembro de 2015

SSQL - Sextos Sentidos na Quinta Literária


SSQL - Sextos Sentidos
na Quinta Literária
 



PDF 539




No bel espaço, SSQL, a necessidade de uma percepção, uma visão de fora.

Em toda QL, o principal diante dos clientes, e seus assistentes; diante de leitores e ouvintes preferidos; diante ao seu mediador preferido; e diante de um ou mais candidatos a serem entrevistados, apresenta sempre uma história. Diante de poetas, cronistas, cordelistas e contistas, apresenta algumas informações. O número sequencial da referida QL que se inicia, a ideia inicial e como tudo começou. Em um momento de férias, para captar leitores. Quem chegou com a ideias, e que outras ideias criaram e surgiram, a partir da ideia inicial.

Termina as apresentações com elogios, até o ponto onde naquele dia chegaram. Desejando um bom evento e outras próximas e alvissareiras QLQL. QL o local onde se encontram, caçadores, pescadores, pecadores, escritores e outros mentirosos.

Sob o ponto de vista administrativo, comercial e mercadológico, um pensamento lógico. A QL foi implantada para aumentar o volume de leitores, com olhos comerciais para que se tornem clientes. Aumentar um fluxo de gente. Uma estratégia com portas abertas para que os expectadores, com objetivo de assistir as entrevistas, circulem pelos corredores repletos de livros, com temas, títulos e autores. Com algumas bancas estratégicas pelo caminho, ao alcance de olhos desatentos dos livros enfileirados no alto, e com um olhar na trilha.

Sob o ponto de vista acadêmico, um espaço para experiências, o local cientifico para pesquisar livros e autores. A história oral, contada pelos próprios autores. O cenário, o palco de guerra, para formar um conhecimento, a partir das informações que ali são deixadas, algumas filmadas e gravadas. O levantamento bibliográfico de autores e temas, o conteúdo de monografias e teses. Um espaço para mestrandos e doutorandos. A criação de livros, a produção bibliográfica, diante das academias. A construção do conhecimento.

Antes da porta do espaço cenário, um espaço que se torna galeria, tem antes um café. Um espaço estratégico para sentar, folhear um livro a ser escolhido e tomar um café. Um café dotado de outras estratégias, como local de abastecimento de passes escolares. Um fluxo diário de estudantes em busca de passagens de ônibus mais atrativas, para fazerem seus estudos e outras atividade paralelas. Não cabe saber para onde vão, e como utilizam os seus passes. E outra alternativa mercadológica, encher a livraria de estudantes, quem sabe possam se interessar por livros não didáticos. Ou voltem antes de começar um novo período letivo, com suas listas de referências bibliográficas.

Alternativas administrativas para aumentar o fluxo de caixa. E os imaginados futuros clientes dividem um pequeno espaço. Antes da QL começar, estudantes e ouvintes, se estabelecem no pequeno espaço. Não há como reclamar ou suspirar, não estão na lista de clientes preferencias. Nem os estudantes, e nem os ouvintes. Mas o café, com tantas pessoas a sua frente, lamenta não vender inúmeros simples cafezinhos e outros acepipes.

Das entrevistas surgem os lançamentos de livros. E a possibilidade de novos eventos e acontecimentos. Com os lançamentos, um maior afluxo de novos clientes e novos leitores, os leitores e amigos dos autores. A possibilidade dada ao café, com maiores vendas e até a oportunidade de ser responsável pelo buffet, oferecido nos lançamentos. A real finalidade do café no local estratégico, um escritório avançado. Mas o risco de ter que sobreviver o tempo de vacas magras, até que chegue a época da colheita. Tempos de tempestade e tempos de bonança. Nos negócios e na administração, a sazonalidade dos eventos.

No contexto inicial, tudo é compreensível e admissível. O comércio na busca incessante de parceiros e clientes. Clientes que por vezes se tornam amigos, ao lerem os mesmos livros, e gostarem de um mesmo parágrafo. Desencadeando outros tipos de relacionamentos.

E por trás das cortinas, nos bastidores, os dissabores. Os lamentos de não atingir as metas de vendas. O custos, os juros e as moras, as taxas e os emolumentos. Os custos na ponta do lápis. A visão do item por item com custos de manutenção. A visão contábil sobre uma conta, sem a visão holística dos benefícios e acontecimentos. O prejuízo visto, e o lucro previsível e desejado que não chegou. O Shangrilá que nunca chega.

E agora no momento justificado pelo momento que se diz haver uma crise. Mas também, há uma crise pontual no local, pela localização. Um ponto comercial onde passam diariamente milhares de pessoas, em velocidade, e por trás de janelas de vidros. Muitos devem ir ou vir de um shopping. E não é somente a crise, o natalence quer uma vaga na porta, para colocar seu bem maior, atrapalhando a calçada. Os outros que se lasquem, ele quer amarrar o jumento em frete à bodega. Heranças de outras plagas.

Depois de lamentos e elucubrações, uma análise difícil de avaliar, mas possível imaginar. Qual seria a situação do ponto comercial sem a QL e sem SPVA; sem ANL e sem UBE. A captação de novos e fiéis clientes é uma função contábil e administrativa, funções de administradores e estabelecimentos. Mas muitos dos frequentadores da livraria fazem o merchandising sem nada cobrar.  Levam o nome da livraria para todo lugar. É ali que marcam encontros. É ali que levam e trazem ideias. E um sexto sentido deve ser avaliado.

Ao longo de tantas QLQL, seus participantes criaram vínculos, e instintivamente elegeram a QL como o ponto de encontro. Ali encontram seus colegas e amigos, ali discutem seus projetos, ali traçam planos e livros. Ali encontram-se pessoas de Natal e de outras cidades, muitas da grande periferia metropolitana, chegando até ao Seridó. E ali desejam fazer suas comemorações, do lançamento de um livro ao brinde de aniversario, passando por momentos de alegria, ao ver seus nomes e poemas citados em uma Folha Poética. 

Os momentos de verem e mostrarem seus textos e poemas maiores, impressos nos livros e revistas. Livros da SPVA e da UBE, e revistas como a Kukukaya. Um lugar de troca de ideias e informações, trocas de experiências e indicações. Um lugar de operações e intervenções literárias; pirações e inspirações.  O meio literário flui assim, com escritores elogiando, criticando e alavancando outros escritores. Um escambo de opiniões, citações e favores.

Assim QL ganha um novo sentido. A oportunidade de ser um espaço vivido, um espaço de imersão. E talvez devam ser criadas algumas regras, de como usar o espaço, além das atividades programadas. Como entrar e como sair, como comemorar. Como usar o espaço e os serviços do café. A oportunidade de negociar, trazer novas ideias. Como se diz no popular, driblar a crise. Fazer do limão uma limonada. Criar e inventar, reinventar as pessoas e a livraria. Inovar.  

É chegado o momento de férias, tal como no início. A hora de renovar.



Texto disponível em:






 Em 5/12/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN



por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq


Maracajá 


Plataforma Lattes
Produção Cultural
Linkest





domingo, 8 de novembro de 2015

Festa na FLINstones (Parte 1)


 
Festa na FLINstones
(Parte 1)
 PDF 520

 
Era uma sexta-feira, na semana do dia de finados, semana de lembrar de coisas passadas. E pessoas e ideias; e comportamentos mortos, foram lembrados.  A começar pela manhã, tal como uma aula inaugural, uma explanação e uma exposição verbal, visual e oral, histórica e cultural. O comportamento social do ser humano ao longo da história, desde os tempos do pós-guerra, com os restos de soldados ainda vivos, espalhados pelas ruas e cidades da Europa, depois da Primeira Grande Guerra. Um breve relato com oradora oficial, na Oficina e apresentação de cordel da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Perguntas mais esclarecedoras foram feitas à parte.

E a sexta-feira, também era dia de Festa na FLINstones, coisas que aconteceriam mais tarde, à tarde e no final da tarde. Nunca é tarde para ver e observar, tentar corrigir e aprender.

Muitos soldados entregaram suas vidas à suas mães, suas pátrias e nações. E voltaram da guerra amputados e mutilados. Foram amputados seus membros, por petardos e por uma medicina que não tinha argumentos e instrumentos, não tinha outra opção naquele momento, como recuperar ou preservar braços e pernas estilhaçados. Com anestesias, conhaques, whisky e morfinas, partes humanas foram amputadas, não existiam outras alternativas medicamentosas e alternativas tecnológicas. E a medicina usou como solução, uma intervenção cirúrgica de amputação, antes de maiores complicações ao corpo que sobrara. Este era o conhecimento da época.

Ainda hoje tem sido uma solução, o ato de amputar, trocado por extirpar. A amputação de um câncer, evitando sua proliferação. A retirada de células, tecidos, partes e órgãos atingidos. Com acompanhamentos e convalescências radioterápicas e quimioterápicas. Por muito tempo os dentistas que ainda não eram odontólogos oriundos de universidades, arrancaram os dentes de pacientes, por ainda não conhecerem tratamento de profilaxias e terapias, oral e dental. As estratégias de desfazer-se e eliminar, o que supostamente não tem uma solução. E sua conservação julga-se ser prejudicial. Separar do corpo, extirpar e subtrair. Isolar e não permitir contaminações. Visões e interpretações de miasmas. Separar o joio do trigo. A visão de que uma fruta podre, pode contaminar o resto da caixa. Visões sociológicas e comportamentais, sobre um corpo anatômico e fisiológico.

E soldados amputados voltaram da guerra totalmente desamparados, sem casas e sem membros que os amparassem diante das ruas e das esquinas. Improvisaram bengalas e muletas, sentaram em escadas e escadarias. Fizeram suas casas em ruas e calçadas tentando angariar a comoção alheia, na tentativa de conquistar alguns tostões para prolongar sua existência. Conquistaram a denominação de aleijados, diante da sociedade, que vivia a sua volta, com membros preservados. Eram os excluídos de uma sociedade, os extirpados. Uma sociedade que não tinha soluções para os seus problemas. Faltavam o conhecimento e a aproximação, dos problemas e dos ditos problemáticos.

E a sociedade evoluiu suas visões e suas missões diante daqueles excluídos. Precisou evoluir para receber novos excluídos. A sociedade também age como a medicina, amputando seres da sociedade, enquanto não tem uma ideia, ou uma função para acolhe-los, no denominado sistema produtivo, produzido pelo capitalismo. A industrialização com maquinas e ferramentas forneceria nos produtos e novos excluídos, vítimas de acidentes de trabalho. Vítimas de novas guerras; vítimas do automobilismo. Vítimas por acometimentos de nascença. A preservação da espécie como instinto, oposto ao canibalismo social.

O termo usado para aqueles seres humanos exilados da sociedade foi cada vez mais, se modificando e evoluindo, até chegar uma denominação, de portadores de necessidades especiais. Entendia-se que tinham uma necessidade diferenciada dos demais. E a palavra ‘portar’ ficou como uma cruz para carregar, portar e carregar consigo uma necessidade, uma fragilidade, ocultando uma deficiência, na comparação com o ser humano considerado normal. Mas neste momento a sociedade já admitia escuta-lo. Ouvir suas dificuldades e suas necessidades, a partir do olhar do excluído.

O eterno ato de dominar e excluir, segue em vários parâmetros e várias instâncias. Por um longo tempo, os boletins escolares tinham notas classificadas por letras, A, B, C e D. E os últimos da turma eram carimbados pela letra D, de deficiente, até que mudaram os termos, para outras palavras com letras abreviadas: ‘E’ de Excelente, ‘MB’ de Muito Bom, B de Bom. Os primeiros e os medianos na sala, sob o ponto de vista do professor. Os últimos eram classificados com a letra ‘I’ de insuficiente. Alunos são, ou já foram classificados de zero a cem e de zero a dez. Depois podem ser classificados de graduados e pós-graduados, a segregação institucional do conhecimento.

Uma diversidade de estereótipos, e estes são criados, inventados e encontrados, em vários seguimentos da sociedade. Desde a vida cromossômica, a disputa em ser o primeiro, e os outros descartados.

E os conceitos vão mudando, até que chegue um dia, quando cada um terá o livre arbítrio de fazer suas próprias escolhas. E construir o seu próprio e conhecimento, e não decorar os conhecimentos de outros. Há um novo compromisso social, por CARDOSO, R. em Novo Papel da Comunicação (Informática em Revista | Pag 24 | Edição 104 | novembro de 2015 | Natal/RN | https://issuu.com/facarn/docs/info-edicao104-novembro2015?e=0).

 
Em 8/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

domingo, 1 de novembro de 2015

Quintas Literárias

Quintas Literárias

Livraria Nobel
Av Salgado Filho
Natal/RN
08/10/2015




Quintas Literárias

Livraria Nobel
Av Salgado Filho
Natal/RN
08/10/2015

Em busca de novas percepções


Em busca de novas percepções

 A busca do saber, e do conhecimento

 PDF 514
 
O homem é um ser nômade. Primeiro buscou novos lugares para conhecer novos meios e novas espécies. Domou animais para chegar mais longe. Inicialmente foi andando. E se era difícil chegar nadando, construiu um barco. Com a tecnologia construiu transportes para atravessar mares e rios, construiu veículos terrestres para chegar a terras distantes. E por fim construiu aviões, um primeiro passo para um veículo espacial, em busca de outros espaços.

Lugares diferentes, em direções diferentes proporcionam novas visões e novos olhares. Criando assim novas visões e novas opções. Ventos diferentes podem soprar a partir de diversas direções, causando novas sensações. Percepções que alteram os olhares e as sensações. Os que não viajam constroem seus mundos, fazem suas descobertas no mesmo lugares que estão.

 

Novas versões e novas visões, criando novas opções. (1)   

A Terra gira no espaço infinito. E quem está estático sobre a sua superfície, fica ora voltado para um lado e ora voltado para o outro lado. Uma situação tal como um carrossel de um parque de diversões. Quem está no carrossel vê a paisagem passar disforme, sem entender o que acontece. Seria necessário fotografar para ter uma ideia do cenário. Congelar uma imagem para entender o que se passa, ou acontece fora do carrossel. E a ciência fez o mesmo, estatizou situações para poder entender. Embora na próxima passagem do carrossel a situação possa ter modificado.  

Quem está em um lado escuro da Terra (noite), tem a opção de uma segunda versão quando o dia clarear. A opção de enxergar um fato ou um tema com uma nova iluminação.  Tem a opção de ver um objeto com diferentes ângulos de iluminação, que o Sol proporciona a cada ângulo formado no céu, em cada hora do dia. Desfazer e mostrar as sombras que estavam ocultas quando não havia iluminação. Há anos o símbolo das ideias é uma lâmpada, e a simbolização do conhecimento é a iluminação. Para aqueles que ficam com a dúvida, a interrogação (?). Fiat Lux, que haja luz e houve luz (Gen 1:1). E Deus deu início ao seu trabalho de criação, quando ainda não existia energia elétrica. 

Florence Nightingale (1820-1910), enfermeira britânica ficou famosa pelo uso de uma lâmpada. Ficou conhecida, no mundo e na enfermagem, como a dama da lâmpada. Andava pelas noites escuras, nas ruas com uma lamparina. Levava luz e esperança para enfermos, perdidos pelas ruas e acamados em quartos escuros. Florence trouxe a luz para os enfermos e para a enfermagem. Iluminando, formulando e executando conceitos para a criação de uma enfermagem moderna. 

As novas versões geram segundas e outras novas versões, com outras visões de algo que só era visualizado por outro ângulo, um ângulo. Novos ângulos podem proporcionar novas visões, dando oportunidade para criar novas opções. A globalização interage entre as pessoas; entre as cidades, os estados, e os países; entre os continentes. E cada vez mais vem proporcionando uma mistura, uma miscigenação de elementos heterogênicos tendendo a homogeneização, uma unificação. A Terra tem mais de dois terços cobertos por água. A sociedade é liquida, vive momentos líquidos, e líquidos se misturam com facilidade. Já se pesquisa o armazenamento de dados em meios fluidos. 

O giro da Terra é como uma máquina de lavar que dissolve o sabão, e este age sobre as peças de roupas que vão se misturando e se envolvendo durante a lavagem. Cada peça de roupa tem uma cor, um tamanho e um modelo (uma identidade), e um dono. Não são liquidas e podem ser reconhecidas e separadas, ao final dos processos de molho, lavagem, enxague e centrifugação. Em lavagens industriais, cada peça antes da lavagem ainda pode receber uma marcação, algo que indique a que rol pertence, uma marca que indique o cadastro da pessoa física proprietária. 

 No final do processo é feita apenas algumas análises: se a peça ficou intacta, não sofreu um dano físico; se a peça de roupa ficou limpa ou suja. Sem avaliar que a peça não é mais a mesma, sofreu um desgaste não só pela lavagem, mas pelo seu uso anterior. Que pode estar mais evidente agora com a ausência de sujeiras, que podiam mascarar uma análise.  

O homem sempre analisou o mundo, o seu mundo, um mundo denominado como real, onde pode afirmar uma realidade. Analisou o seu mundo real criando uma ciência a partir de uma maneira estática, laboratorial, um sistema fechado e isolado. A ciência isolou conhecimentos para poder analisar. Tirou um instantâneo, observou o que poderia analisar em sua existência. Fez como tirar uma foto e analisar os gestos dos participantes em um cenário, em gestos estáticos.  

Não considerou o Universo porque é infinito e indeterminado. Regido pela mecânica celeste, onde os espaços entre os corpos são imensos. E o planeta Terra ainda realiza outros movimentos no espaço, como por exemplo, o movimento de precessão dos equinócios (mais ou menos a cada 25.000 anos).     

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 24/08/2014

 

Novas versões e novas visões. Novas opções. (2)  

Novas opiniões surgem a partir de novas versões. Novas visões vão criando e dando oportunidades, e a possibilidade de surgir novas opções. Uma informação pode relatar um fato. Outra informação pode emitir alguns dados sobre o mesmo fato. Diversas informações divergentes sobre o mesmo fato ou tema, caracterizam pontos de vistas diferentes. As diferentes opiniões de um ou de outro, de alguém ou de outrem, de um segmento ou de outro; de uma ciência, e de outra ciência.  

A corrida presidencial vem mostrando uma infinidade de informações de um ou de outro candidato. Atores de um teatro em cena. Informações de plataformas de governo. Uma gestação ideológica para uma futura gestão administrativa. Informações gerenciais e sociais; com a possibilidade de vazar informações confidenciais. A divulgação de medidas educativas e coercitivas, medidas socioeducativas, a partir de alguns pontos de vista. A proteção do ambiente e do cidadão; da saúde e da educação, da segurança e da alimentação. Opinião de quem é contra ou a favor do candidato ou de suas ideias e opiniões. E pressões de uns sobre outros, em um contexto político ou social, chegando ao pessoal.  Temas enigmáticos e ambíguos para o bem e para o mal. 

Uma infinidade de informações chega por todos os lados, pelas diversas mídias sociais. Desde a fofoca do vizinho pelo muro de divisa dos terrenos, a um debate na televisão controlado por quem tem uma opinião formada e direcionada. As divisas por um muro e por uma tela. Telas e cercas em muros de cimento e conhecimento. Telas aramadas e cabeadas. Telas de arame plasmáticas; de TV e de LCD, conexões com fio ou sem fio. Telas ligadas e eletrificadas. De um lado os candidatos e o moderador diante das câmeras em diversos ângulos, aonde os melhores são escolhidos pelo controlador de imagens, e vão para ao ar. Imagens no ar que podem mandar um candidato para o espaço. Do outro lado alguém sentado em uma poltrona analisando e criticando o que vê, por um ângulo, formado por um olhar na TV. Sem debates e sem discussões, sem réplicas e sem treplicas. 

Informação excessiva pode gerar desinformação; a incapacidade de formar uma opinião. Uma avalanche de conhecimentos, onde quem não estiver preparado e agasalhado, pode sofrer com um grito mais alto, que provoca um desmoronamento de gelo, neve e geleiras; ideias, ideais e ideologias. Um ‘brainstorming’ de chuvas torrenciais ao subir a montanha do conhecimento. 

A formação da consciência política cidadã começa com a necessidade de conhecer o idioma pátrio, ou a língua nativa, um linguajar na atividade. Depois envereda pelo conhecimento da história e da geografia de sua cidade, de sua região e de seu país. O protagonismo jovem nas ruas, a participação na vida política econômica e social gera um conhecimento vivo, um conhecimento de visão por imersão.  

As academias acolhem produtores de conhecimento. A partir de informações vão construindo um conhecimento. Produzem conhecimentos para em benefício próprio usar. Para que uma ou outra academia utilize em outras situações. Academias militares, Academias literárias, e Academias científicas. Academias jurídicas e academias políticas. Academias da história e da geografia de um lugar, a exemplo: o

IHGRN – Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e o INRG – Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia. Os homens e as famílias fazem a geografia que um dia se torna história, do arruamento histórico ao adensamento geográfico. 

Para estabelecer uma pena ou um esclarecimento pode ser necessário instalar uma perícia. Uma perícia pode ser instalada ou implantada para se chegar a uma conclusão, por meio de provas e evidencias. Prova pericial com evidencias: judiciais e científicas. Com uma literatura poderá ser descrita. Com uma ordem militar poderá seguir em torno de uma ideia, em razão de uma necessidade. Uma perícia deve ser feita a partir de verdades. Uma construção de verdades que serão confrontadas e associadas, a partir de hipóteses, e de acontecimentos de um evento. 

A justiça deve estar calcada em verdades e não em vontades. Com o uso do direto pode se chegar a verdades; uma ciência vai contribuindo com a outra. Vai-se criando regras e normas aqui e ali para tentar chegar a conclusões. 

As informações mesmo que convergentes ou divergentes geram um conhecimento. Um conhecimento de novas hipóteses. Um dia é diferente do outro, tal como uma noite é diferente da outra. È possível apenas afirmar que um se antecede a outro e o outro acontece depois de um. Fato afirmativo e valido enquanto a Terra fizer um giro em torno do próprio eixo. Até tese seja derrubada por um novo fenômeno celeste alterando o paradigma atual (Mudança de paradigma em Informática em Revista – abril/2014).  

Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 31/08/2014  

 

Novas versões e novas visões. Novas opções. (3)  

Foi divulgado o resultado do Ideb pelo MEC, o principal indicador da qualidade na educação básica. Muitos estados ficaram com resultados abaixo da meta. O RS ficou entre os melhores, o RJ ficou na média, e o RN ficou entre os piores (O Globo em 06/09/14 – Rio de Janeiro/RJ). O governo federal atrasou a divulgação dos resultados provocando críticas entre políticos e educadores (idem).  

Justificativas de empowerment (empoderamento) surgem para justificar o mau desempenho em alcançar metas. O presidente do Inep declarou no evento Educação 360 (set/14 - Rio de Janeiro/RJ), que há um problema estrutural no ensino médio (O Globo em 07/09/14). Justificou o atraso da divulgação dos índices, pela enormidade de dados a serem analisados (idem).  

É preciso integrar os saberes, disse Edgar Morin no Rio de Janeiro, durante o evento ‘Educação 360’ (idem). E é preciso um estrangeiro pisar em solo brasileiro para falar e mostrar as evidências, da necessidade de revoluções educacionais. Heranças de um Brasil descoberto, colonizado, explorado e educado por expedições e viagens, modelos e critérios de outros povos.  

O conhecimento proporciona conhecer e identificar novas versões, novas visões e novas opções. Desatando os nós da formação e da educação formal, formatada para pessoas desinformadas e desenformadas. A desinformação gera pessoas para serem moldadas durante um processo de fermentação e cozimento. E para no final do processo ser desenformadas e fatiadas.  

A inovação é citada no meio acadêmico e empresarial, como um novo conceito necessário a ser implantado e realizado, por empresas e pessoas. Um termo importado, e incorporado no vocabulário empresarial, nacional e atual. Entendido como um novo comportamento do conhecimento e da tecnologia. E este conceito, sempre esteve presente no cotidiano brasileiro, subestimado e denominado como o jeitinho brasileiro. A repetição dos acontecimentos, uma apropriação do conhecimento e do comportamento. O índio descoberto pelos portugueses já criava instrumentos e equipamentos com recursos da mata. Inovação e criação é patrimônio imaterial e intelectual do povo brasileiro. 

Novas versões e novas visões, que vão criando novas opções. Criando assim novas interpretações. Com ideias de transversalidades, transdisciplinaridades e interdisciplinaridades. Provocando novas opiniões e sensações. Novos prazeres, novos saberes e novos sabores. Em todos os seguimentos e setores. Com assoreamentos e decantações, o fluxo líquido torna-se límpido. 

Em textos anteriores já foi mostrado e citado algumas relações entre lâmpada e iluminação. E outras ideias a partir de uma iluminação podem surgir. Os mercados e supermercados são bem iluminados e estão cheios de novas ideias, novas seções, novos displays; novas gôndolas e novas prateleiras. Novos produtos resultantes de misturas inimagináveis e não esperadas  

Assim como os conhecimentos se misturam em uma sociedade liquida, os sabores e os saberes se misturam também. Em uma sociedade líquida, são nos líquidos disponíveis e ofertados em um mercado, onde encontramos uma maior variedade de misturas. Bebidas lácteas e a base de soja com sabores. Cervejas nacionais e importadas adicionadas de outros sabores.  

Restaurantes iluminados oferecem um espaço ao cliente com luzes no teto e luzes em balcões refrigerados e aquecidos. Um bufê com serviço self-service com as mais variadas opções de sabores entre pratos quentes e pratos frios, entre ingredientes cozidos ou crus; assados ou grelhados. Na cidade de Natal ainda podemos encontrar a opção torrado. 

No restaurante self-service, cada um tem o poder de escolher entre os ingredientes oferecidos, montar seu próprio prato. Sem obedecer a critérios gastronômicos; qualitativos ou quantitativos; nocivos ou nutritivos. Sem ordens e combinações de componentes e ingredientes. Cada qual faz a sua escolha naquele momento. Indicação medica de cardiologistas, nutricionistas ou endocrinologistas para dietas parciais ou totais, dietas de engorda ou emagrecimento não são questionadas, diante da balança ou do caixa. 

Uma perícia inicial oculta, individual, não divulgada e não demonstrada, faz parte da escolha do restaurante e dos pratos e serviços oferecidos. Observar como são suas instalações a partir dos critérios e dos conhecimentos pessoais de cada um.  

Com uma gestão escolhe-se como será a digestão, a partir de conhecimentos e discernimentos. Escolhe-se o que comer e o que saber, escolhe-se saberes e sabores. Os índios silvícolas já escolhiam o que comer nas matas, nos mares e nos rios. Enquanto os índios canibais escolhiam quem comer.   

Rio de Janeiro/RJ ─ 07/09/2014

 

Novas versões e novas visões. Novas opções. (4)  

Por critérios ou necessidades; medos e verdades; conhecimentos ou vaidades, o homem sempre dividiu o mundo. Separou o mundo entre o seu e o dos outros. Dividiu o mundo entre o dele e o dos outros. Dividiu seu mundo, dividiu um único mundo, em outros mundos. Como o mundo visível e o mundo invisível, a partir do que era possível tocar e ver, e do que era possível somente sentir e perceber. O imaginável e o não imaginável; o admissível e o não admissível.  

Do ponto de vista do conhecimento, também fez suas divisões e separações. Entre os que sabem e os que não sabem; o que tem conhecimento e o que não tem conhecimento. Os que têm um diploma e os que não têm um diploma. Com títulos e sem títulos, ou com muitos títulos. Os que têm diploma e títulos e não sabem nada, e os que não têm diploma e nem títulos, mas tem algum conhecimento. O graduado e o não graduado. O graduado e o pós-graduado, seccionado entre mestres e doutores, chegando ao pós-doutorado.  

Palestras e conferências, colóquios e seminários, mesas redondas e painéis com debates, promovem o duelo de títulos e diplomas. Lugares onde cada um é apresentado com seu canudo simbólico na mão. São apresentados e aplaudidos como possuidores de um conhecimento incorporado e individualizado, distinguindo-o dos outros, os que não compartilham nem dividem o seu conhecimento. Mas aos poucos a sociedade cientifica e acadêmica vem admitindo que os classificados como desprestigiados e despreparados, também produzem um conhecimento. Cultura e conhecimento emanam do povo. Enquanto a academia tabula, nomeia e classifica. 

Criam-se critérios de divisões e separações, na academia do conhecimento. Critérios que permitem novas versões e novas visões, novas opções de análise. Uma nova avaliação, e uma nova divisão. Entre os que se cercam de títulos e diplomas, sem produzir um conhecimento. E aqueles que produzem um conhecimento com os critérios e instrumentos da academia sem, no entanto, procurar ratificar suas produções intelectuais, pelos critérios dos títulos e diplomas acadêmicos, que podem conferir ou sugerir simbolicamente um conhecimento. 

A religião e a natureza podem ter contribuído para uma ideia de divisão e separações. A começar pelo dia e pela noite, algo entre o claro e o obscuro. O bem e o mal, o bom e o mau; a direita e a esquerda, o de cima e o de baixo. O dia e a noite, como o alvo e o escuro, com sol ou com chuva. 

E o mundo pode ainda poder ser dividido em inúmeras maneiras. Do ponto de vista dos hemisférios: os hemisférios: Norte e Sul, separados pela linha do Equador. Os lados oriental e ocidental a partir do meridiano de Greenwich.  Do ponto de vista econômico pode ser dividido em países desenvolvidos e países não desenvolvidos, com uma classe intermediária. A classe dos países em desenvolvimento, países em vias de se desenvolver, sugerindo uma possibilidade de chegar a ser um desenvolvido, ou retornar a classe dos subdesenvolvidos.   Pelo ponto de vista gastronômico, o mundo pode ser divido em vários seguimentos, entre os regionais e os internacionais. O europeu e o oriental. E assim podem ser divididos os restaurantes em orientais e ocidentais. Com opções gastronômicas ou astronômicas no preço e na qualidade.  

Mas a medida que avança o processo de globalização, cada segmento vai perdendo suas divisas, ficando difícil enxergar uma linha divisória entre dois seguimentos. Uma sociedade liquida onde podemos encontrar uma variedade de águas engarrafadas: água mineral natural, água natural, água adicionada de sais. Água saborizada e água aromatizada, que não são reconhecidas como água na legislação brasileira. Águas gaseificadas naturalmente e artificialmente. Com tantas variedades, e com aumento de consumo, já é possível encontrar cartas de águas, tal como cartas de vinhos. 

Restaurantes que oferecem pratos orientais, com tradicionais pratos a partir de pescado cru, já oferecem opções de alimentos fritos e cozidos. Churrascarias especializadas em cortes especiais de carne, já oferecem há algum tempo pescados variados. Restaurantes com especialidade em comida chinesa, agora oferecem comida nordestina, adentrando o sertão. Da culinária francesa a culinária tailandesa, da japonesa e chinesa a sudanesa e a milanesa; mineira e brasileira. A mesa é onde todos os pratos se encontram para trocar saberes e sabores. 

Uma miscigenação do catimbozeiro: X-bode com queijo de coalho e molho de coentro, em pão carteira. Quiche de ginga com jiló (JH 06/12/12). Pudim de tapioca com calda de lambedor (JH. 3 e 4 /11/12) Rodízio de farofa, uma nova opção gastronômica (JH 25/02/13). Namorado fresco, peixinho e patinho resfriados. Para acompanhar um suco mix de pitomba com seriguela. Toda mistura é válida, assim como todo conhecimento é bem-vindo. 

Muitos dos conhecimentos científicos produzidos na academia do conhecimento, já concorrem ao prêmio Ig Nobel. Pesquisadores e escritores voltados e interessados no conhecimento científico. Mestres e doutores, buscando e concorrendo a títulos laureados. Embora lhes sejam atribuídos critérios da importância da sua insignificância.  

Rio de Janeiro/RJ ─ 14/09/2014

 

Novas versões e novas visões. Novas opções. (5)  

Cinco, a quantidade de dedos em uma mão. Uma visão da anatomia humana, o ser humano possui cinco dedos em cada mão. E o dedo polegar como opositor aos outros dedos permite pegar objetos, e exercer movimentos mais precisos e mais finos. Movimentos finos, uma visão da fisioterapia. Cinco, um limite de contagem, dando opção de mais cinco. Com duas mãos totalizando dez dedos, surgiu o sistema decimal. E assim o homem aprendeu a contar e enxergar o mundo da matemática.  

Com o uso dos dedos e das mãos pode enumerar o que via, e contar o que precisava contabilizar. Chegou a estabelecer o ano com dez meses (setembro, outubro, novembro, dezembro). Montou lotes com dez espigas de milho, o total de dedos das mãos, já que não conhecia o uso dos números. Cinco dedos em uma mão indicam cinco lotes de dez, totalizando cinquenta espigas. Assim os negociantes de milho podiam contabilizar e negociar seus estoques, suas vendas e suas aquisições, sem o risco de adulteração na contabilidade, e com ajuda da anatomia. Ainda hoje no RN uma mão de milho corresponde a cinquenta espigas de milho.  

Cinco é um número, que pode determinar uma quantidade de visões ou versões, e uma quantidade de opções. Com os outros cinco dedos da outra mão, surgem novas opções. Com cinco opções de um lado e cinco de outro, surgem combinações aleatórias. Entre o uso consecutivo de dedos e mãos, são infinitas opções e versões, múltiplas de dez. As mesmas mãos e dedos que prepararam e montaram dezenas de pratos e documentos sobre a mesa.  

Depois de tantas misturas e gostosuras sobre a mesa, restou apenas um único item integro.  Símbolo da vida, da limpeza e purificação. Indispensável à vida e indispensável à tomada de decisões: o solvente universal, o liquido facilitador. Ajuda facilitando os processos de reuniões, gestões e digestões. Um líquido que participa de diversas mesas; do consultório ao escritório, do refeitório ao oratório, favorecendo a alma, o corpo e a mente. Uma visão tríade, a dualidade mais um. 

Reuniões de negócios; reuniões de trabalho, e reuniões de lazer; reuniões de alimentos. O elemento que cobre a maior parte da superfície terrestre, o elemento de maior percentual na composição do corpo humano. Com dois elementos etéreos associados, forma uma molécula liquida. Com duas mãos juntas pode ser amparada, represada e levada à boca. 

O único item preservado e cultuado no mundo, e sobre as mesas. A partir de uma visão da química, é a mesma em qualquer lugar do planeta Terra: independe de credo ou religião, país ou região, independe de visões econômicas ou culturais. Aromatizada ou saborizada, com aditivos artificiais, deixa de ser água, até mesmo por critérios jurídicos ou acordos entre produtores e consumidores. É oferecida a qualquer imigrante ou viajante; invasor ou prisioneiro; estrangeiro ou mensageiro; simpatizante ou militante, de causas diferentes ou antagônicas. A partir dos vestígios de água encontrados em outros planetas, pode-se avaliar a presença ou a existência de vida.

 A água é oferecida a palestrantes e professores, mestres e doutores, que apresentam ou levam um conhecimento a uma plateia. Oferecida em reuniões onde são tomadas decisões. Assim como o padre toma o vinho diante os fiéis, interessados no sermão, o palestrante toma água diante uma plateia com ouvintes, interessados em sua fala. Enquanto uma fala de uma sociedade com visões bíblicas, o outro, dá um enfoque com visão cientifica. Cada templo tem a sua linguagem e seus fiéis. Ciência e religião são duas retas paralelas que se encontram no infinito. É tomada aos goles à medida que se toma uma decisão, de falar ou calar. Cada deglutição pode ser um concordar ou discordar.  

Um símbolo de pureza sobre a mesa de eventos, que geram documentos. Presente para lembrar o passado, a origem daqueles que estão em volta da mesa e no mar da plateia. Mesas redondas ocupadas por poços de conhecimento. Como poços redondos com a água no centro das decisões, e dos poços de conhecimentos que reúnem sedentos. Presente para lembrar que para acontecer um futuro, dever ser preservada. Acolhe o início e a preservação da vida. 

Pura e natural, neutra, sem aroma, sem cor e sem sabor. A água é oferecida aos palestrantes e oradores, com discursos e visões científicas, protegida pelo argumento científico e fisiológico criado: suavizar as cordas vocais e molhar a garganta ressecada pelo ambiente e pela fala excessiva. Eficiente para criar uma pausa no discurso oratório, dando oportunidades para reflexões. Bebe-se diante um público, em breves e pequenos goles. Dois dedos de água podem ser suficientes para uma pausa, e mais dois dedos de prosa.  

Fora do ambiente de exposições científicas, bebe-se do fartamente ao moderadamente, e sem contraindicações. Repõe os líquidos e os sais minerais perdidos com a eliminação de suor e urina. Um ciclo constante de perda e reposição, transporte e moderação. Sua retenção pode criar problemas ou relatar problemas, uma visão da fisiologia.    A água presente na mesa, como símbolo da lembrança da origem fetal envolvido no líquido amniótico. O símbolo da origem das espécies. Os primeiros seres surgiram na água, se tornaram repteis e ocuparam a terra. Um dos símbolos do cristianismo é o peixe, e o peixe depende da água para sua sobrevivência, independentemente de suas metáforas com relação a outros meios: há peixes que saltam da água; e espécies mamíferas, que vivem no mar e necessitam de ar.  

Assim como os primeiros povoamentos surgiram em volta de poços, para obtenção de água, discernimentos e estratégias surgem de mesas redondas com suas ideias e suas águas dispostas em redor, diante de cada expositor.     

Rio de Janeiro/RJ ─ 20/09/2014       

 

Novas versões e novas visões. Novas opções. (6)   

Povoamentos surgiram em função da proximidade de um local em condições de obtenção e fornecimento de água. Um rio ou um córrego, uma nascente ou uma fonte; rios e ribeirões, arroios e riachos. Com conhecimentos, instrumentos e equipamentos, tornou-se possível perfurar poços. Quem sabe cavando e escavando com outros objetivos, descobriu-se água e aprimorou-se a técnica de perfuração de poços. Peritos em radiestésica com suas varinhas e pêndulos, procuravam locais para cavar e encontrar: minerais, metais preciosos, água e tesouros perdidos ou esquecidos. 

Cada povo definiu um lugar para buscar água, o lugar onde era possível encontrar água limpa, fresca e potável. Cada momento e cada necessidade levou o homem a procurar uma qualidade da água. Hoje procura produtos fósseis em águas salgadas e profundas. Imigrantes e estrangeiros trouxeram a ideia de perfurar e usar poços. Ideia desde muito inclusas em contos e fabulas, assim como o Oasis e o deserto, desde as citações bíblicas. Nordestinos vão buscar água em cacimbas e barreiros. Enquanto povos indígenas podem ir beber água no tororó, sempre evitando a hora de a onça beber água.  E poços continuam a ser perfurados com tecnologia importada. 

Assim como um poço pode ter reunido pessoas em torno deles, criando povoamentos, lagoas e rios reuniram também. Lagoas naturais e artificiais são encontradas no RN, captando águas das chuvas e dos rios. Nas lagoas elas fazem uma breve pausa, para seguirem seus caminhos em direção ao mar. Por vezes podem retornar, com estratégias artificiais, como o caso da Lagoa do Bonfim (RN) que abastece o interior do estado. 

Os rios além de ter fornecido água a grupos, podem ter separado alguns grupos de indivíduos. Ao longo dos anos um rio (river), tornou os ocupantes de suas margens, povos rivais (river). Um povo em cada margem, separados por um correr de água em um leito formado. Água, uma estratégia logística de batalhas e da sobrevivência. A partir da necessidade diária do ser vivo. Independente de um conhecimento científico. A ciência denomina a busca de água pela sensação de sede, como um instinto animal. A necessidade natural da reposição liquida e mineral, a refrigeração do sistema fisiológico. 

Um ditado bem popular diz que um homem e um rio nunca são os mesmos, ao se encontrarem e reencontrarem. A cada momento que o homem vai tomar banho em um mesmo rio, em um mesmo ponto do rio, os dois não são os mesmos que se encontraram no banho anterior. Outras águas já passam naquele momento pelo mesmo ponto do rio. Enquanto o homem viveu outras experiências. E aqui surge a água novamente, como elemento purificador e modificador. 

A cada aula, curso ou palestra, professores e alunos, palestrantes e ouvintes não serão mais os mesmos. A cada pausa, e a cada intervalo com parada para ingerir ou expelir líquidos, cada um poderá retornar ao ambiente com novas ideias, na intenção de divulgar suas ideias e influenciar os outros. A cada escrita ou leitura, leitores e escritores também não serão os mesmos. A cada gole de água entre uma leitura e outra, são momentos de purificação e reflexão do texto lido. Ao final de um dia, com palestra ou aulas, analises e leituras, um balanço hídrico corporal, e um balanço intelectual estarão realizados.  

Entre líquidos ingeridos e expelidos, há informações e conhecimentos que foram trocados, ingeridos e expelidos, assimilados, analisados e concluídos. Vivências e experiências em momentos líquidos, e situações liquidas, entre um indivíduo e outro, entre um grupo e outro, temas que se misturam entre um assunto e outro.  

Outras águas passam pelo rio que corre. Águas dos rios que levam e lavam, livram e louvam, com luvas e lluvias (as chuvas dos espanhóis). As águas dos rios levam notícias das nascentes aos estuários, lavam cidades e pessoas pelo seu caminho. Louvam com os agricultores para que a chuva chegue, com as luvas dos trabalhadores e lluvias dos colonizadores. Águas que já chegaram até outros rios, desceram pelas encostas. Arrastaram sais e minerais em direção ao mar. Águas puras que carrearam minerais e sais das terras em que passam, para salgar o mar. 

Águas que já visitaram as populações ribeirinhas ao longo de seu leito. Águas que já chegaram até o mar, variaram de temperatura e densidade, banhando peixes de água doce e água salgada. Alimentaram peixes, moluscos e crustáceos.  Águas que já sublimaram e até congelaram; evaporaram, condensaram e precipitaram. A água que não corre forma um pântano, a mente que não trabalha forma um lodo (Vitor Hugo).  

Outros momentos e outras situações já viveu o homem depois do último banho. Viveu situações com outras vivencias e convivências, adquiriu novos conhecimentos. Conheceu novas pessoas e ouviu novas histórias, novas versões de histórias jê conhecidas. Novos ângulos de visão. Ainda que ganhe a turbidez das águas e da visão. Com cataratas de pedras e na retina. As visões estão guardadas na memória.     

Rio de Janeiro/RJ ─ 28/09/2014       

  

Novas versões e novas visões. Novas opções. (7)   

O sangue transporta um conhecimento. Um conhecimento que pode ser identificado e interpretado por uma coleta, para um exame no sangue. Identificando percentuais de glicose, gorduras, índices hormonais. Fatores de riscos, e outros parâmetros indicadores. As artérias e as veias levam vida e oxigênio às células, trazendo de volta as notícias do corpo e particularmente das células. Notícias que retornam pelas veias, os vasos sanguíneos que retornam com o sangue venoso ao pulmão e ao coração. O sangue corre em um sistema fechado levando energia pelas artérias, trazendo notícias e conhecimento pelas veias, informações de células que com o tempo, se renovam e se modificam. O corpo envelhece, se modifica, e a imagem muda ou altera. 

Os rios transportam águas que foram oxigenadas durante o seu trajeto de precipitação em contato com o ar atmosférico. Durante seu trajeto até o mar colhem informações dos povos ribeirinhos. E a água circula em um ciclo fechado na atmosfera, evaporando, condensando e precipitando. A água faz contato com o ar e com a terra. É o meio termo entre o sólido e o gasoso. O rio é um veio de conhecimento com seus afluentes e córregos, como artérias de energias. Com o tempo a paisagem muda ou altera. É modificada pelo o homem ou por outras espécies animais ou vegetais. Aumentam ou diminuem as populações e os volumes, de animais, vegetais e minerais. Matas e vegetações nativas ou plantações intensivas ou extensivas. Os animais transformam os ambientes pela sua presença. Transportam sementes e acrescentam nutrientes ao solo. E o homem escava, desmata e explora minerais; desvia leitos de rios e promove a construção de barragens. 

O homem fixa-se a um local, e modifica com mais intensidade o ambiente. Promove alterações no espaço, transformando um espaço natural em espaço artificial. Desmata e deposita seus excrementos onde habita. Lança seus dejetos em mares e rios. Lança produtos químicos no ar e no mar, criando seus próprios cânceres. Revira solos e subsolos a procura de minerais valiosos e preciosos. Cria um câncer na terra, no corpo e na alma. Cria uma nova versão do ambiente com a necessidade de entender e interpretar as novas situações, por ele criadas. Um dia o ser humano abandonará o planeta, e para isto devera recompor o que destruiu. E desde já a palavra de ordem é a preservação do meio ambiente. Reduzir índices de desmatamento e quantidade de poluentes em solos, rios, mares e atmosfera.  

Com o tempo o corpo e a paisagem mudam, modificam. Depois de algum tempo, ler um texto escrito, percebemos erros digitados. Percebemos o quanto podemos ter mudado de opinião; acrescentando ou retirando ideias e informações, opiniões. Percebemos o quanto podemos acrescentar novas informações. O texto ficou fixo e homem mudou. Foi modificado pelo tempo, assim como a paisagem e o corpo se modificam. E em um novo texto surgem as novas interpretações. Criando assim, novas versões e novas visões, oferecendo novas opções.  

Com um calendário podemos estabelecer sete dias e sete noites. Os ciclos para marcar mudanças estão no céu: O dia e a noite, ambiente iluminado e não iluminado. As luas: Lua minguante, Lua nova, Lua crescente e Lua cheia. Cheia de vida, cheia de luz e iluminando a escuridão. Entre a luz e a escuridão mudanças acontecem. E tal como o texto, que ficou esquecido em uma escuridão. E ao ler novamente podemos ler com outros olhos e uma nova iluminação.   

Rio de Janeiro/RJ ─ 05/10/2014 

Coletânea em 1/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

 

 

 

Textos produzidos para:  O Jornal de HOJE - Natal/RN

 Palavras Chaves: gestão; qualidade; conhecimento 
Palabras Claves: gestión; la calidad; el conocimiento 
Key Words: management; quality; knowledge  

 

Texto disponível em:
http://www.publikador.com/cultura/maracaja/2015/11/em-busca-de-novas-percepcoes/

 

 

Em busca de novas percepções
 
A busca do saber, e do conhecimento
 
PDF 514
 
 
Texto disponível em:


 

 

Em 1/11/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

 

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
 
Plataforma Lattes
Produção Cultural
 
Maracajá
 
Outros textos:
 
 
 
 
 
http://jornaldehoje.com.br/search/roberto+cardoso