A
usurpação da ciência (6)
Quando um padre sobe ao
altar para rezar uma missa, cada cor de peça ou bordado tem um significado, e o
padre deixa de ser ele mesmo para representar o Cristo. Na denominada academia,
ou seja, em faculdades e universidades, a cada conquista e a cada diplomação ou
certificação, há um rito de consagração, uma colação de grau. E a ciência foi novamente
na religião buscar alguma inspiração. A fim de consagrar em ato solene a
entrega de diplomas e certificados, foi buscar na liturgia religiosa os rituais
e a paramentação para as solenidades majestosas de diplomação e titulação. Como
sempre, fez uma serifação como estratégia de ineditismo. Não copiou vestimentas,
mas criou um novo vestuário para o momento formal, não copiou as cores, mas deu
um novo colorido aos novos significados. Quando o formando todo paramentado de
vestuário e acessórios, sobe ao palco para receber seu canudo simbólico, deixa
de ser ele mesmo para representar uma instituição de conhecimento.
A ciência não copiou chapéus
e ornamentos sobre a cabeça, mas criou novas coberturas. Todo acessório sobre a
cabeça tem um significado, desde o quipá judaico ao capelo (uma analogia a
coroa real), usado pelo formando, passando pelos quepes militares. Todos tem o
significado básico, de que existe algo ou alguém acima, algo ou alguém com uma
superioridade, seja de valor de conhecimento ou de autoridade, formalizando assim
uma hierarquia.
A beca preta dá uma ideia de
imunidade, de algo oculto ou inacessível, algo que só pertence aos iniciados
naquele conhecimento. Uma cor que absorve e remove negatividades. E por cima da
beca preta vem a pelerine colocada sobre os ombros, símbolo de
responsabilidade, “a responsabilidade pesa sobre os ombros”, em cores que
identificam e personalizam o pertencimento a um grupo, um ideia do significado,
da área de conhecimento que esta oculta sob a veste preta, o conhecimento que
aquele detém. O ato de diplomação em uma faculdade é um momento acadêmico
impossível de ser negligenciado ou recusado. Mesmo aqueles formandos que não
queiram participar da cerimônia coletiva de diplomação, terão que o fazer em
ambiente restrito. Terá que receber o diploma simbólico das mãos de um
superior, sem um rito não há consagração.
A cor branca foi comprovada pelo
disco de Newton ser um conjunto de todas as cores. Tanto no sentido religioso
quanto no sentido acadêmico a cor branca é reservada aos detentores do
conhecimento maior. A luz branca sob um olhar científico é a luz do
conhecimento e sob o olhar religioso é a luz divina, uma cor espiritual e equilibrada,
a cor da verdade.
As diferentes cores das
vestes litúrgicas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios
celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o
desenrolar do ano litúrgico. Enquanto que as diferentes cores nas vestes acadêmicas
representam a área de conhecimento dependendo da cor da pelerine, a capa talar,
uma veste similar ao amito dos padres. Enquanto o padre coloca o amito sobre a
batina formandos e formados colocam a pelerine sobre a beca.
Os anéis de formatura têm
uma razão e uma história. Em tempos longínquos só as famílias de posse e os
mais abastados e influentes usavam anéis. Os anéis tanto podiam conter o brasão
da família como podiam servir de carimbo em lacres, dando valor e autenticidade
a um documento.
As condecorações com o tempo
tornaram-se símbolo de ato de bravura, o concluinte dos cursos é considerado
herói, um novo membro da realeza, pertencente a um domínio de conhecimento. Em
uma época de tecnologias de informação, com o acesso a informação cabendo literalmente
na palma da mão, o novo poder é o conhecimento.
O Brasil passa por uma
situação interessante, a vinda de médicos cubanos, um exemplo claro de valor do
conhecimento. O conhecimento tem valor não importa a embalagem que o contem, e
entra em jogo a antiga lei de mercado, lei da oferta e da procura. Cada produto
tem o seu preço, e cada comprador paga o que lhe convém.
Jornal de HOJE
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Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 8/09/2013
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Roberto Cardoso
(Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
023.1461.13 CMEC
Cadastro Municipal de
Entidades Culturais
Fundação Cultural Capitania das Artes FUNCARTE Natal/RN
Cientista Social
Jornalista Científico
Colunista em Informática em Revista
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Norte)
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No
período de julho/2013 a outubro/2013 estou concorrendo ao PREMIO DESTAQUES DO MERCADO na
categoria Colunista em Informática na publicação Informática em Revista.
A votação poderá
ser feita usando um e-mail por mês. Após a votação espere o retorno do e-mail
para validação do voto. Só após a validação é que o voto é computado
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