sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Linha 10, enrolada na lata


Linha 10, enrolada na lata
 PDF 570



Júnior olhou para o céu, e avistou uma infinidade de pipas, com cores e tamanhos diferentes. Raro seria, encontrar uma forma diferente, as chamadas arraias, comum na cidade vizinha, onde eram conhecidas como cafifas.

Identificou a direção do vento pelas pipas, e suas rabiolas tremulantes, que dançavam apontando a direção do vento. E cada pipa desfilando no céu, com certeza, tinha um menino segurando a outra ponta da linha. Uma pipa colorida no céu, controlada por um menino e suas histórias, na ponta da linha. Controlava e dominava a pipa, controlando a quantidade de linha, e os movimentos da pipa. Enquanto controlava a pipa, contava histórias aos que estavam próximos. As suas proezas.

Histórias de pipas cortadas, com o melhor cerol; poucas pipas perdidas. Segredos de como fazer um bom cabresto, a junção da linha com a pipa. Histórias de manobras e rasantes, com um tal de “debique”. “Está com medo tabaréu, minha pipa é de papel”; Era como um grito de guerra, convocando para um duelo no céu.

Com um olhar em direção contrária, à do vento, vinha uma pipa, perdida e descontrolada. Desengonçada lá no céu, e arrastando uma linha. Uma linha que traçava desenhos sobre o chão, coberto de uma areia solta. E os meninos corriam para tentar pegar a linha da pipa voada. Com a linha na mão, controlariam a pipa, e contariam outra história.

Haviam inclusive histórias, tais como as lendas, como a do Beto Cabeleira. Um suposto marmanjão que vivia sem camisa e cultuava uma longa cabeleira. Dono da pipa ameaçadora, com manobras radicais; rabiola longa, zunindo no céu. Vinda de um lugar distante, onde não se avistava quem controlava a ponta da linha. E com seus voos rasantes cortava todas as pipas (as linhas), que encontrava no céu. O medo dos iniciantes e seus jelequinhos, que poucas manobras faziam.

E assim começa Pipa voada sobre brancas dunas, de Júnior Dalberto. Um conjunto de cores e pipas, um conjunto de histórias elencadas, entrelaçadas pelas linhas. Um livro para ser lido à medida que vai se liberando a linha.

A linha de pipa depois de comprada (Linha 10), adquirida em carretel, é passada para uma lata, para facilitar o manuseio, durante a soltura das pipas. E ao passar a linha do carretel para a lata, fazemos uma revisão da linha tal como folhear um livro, antes de ser lido.

Aqui um breve texto, a partir de uma breve apreciação, um folhear de páginas, lendo as orelhas e textos do prefacio, e da apresentação, com as palavras de Diana Fontes, Eugenio Medeiros e José de Castro. Um livro que ainda vai ser lido. Aguardando o desenrolar da linha, em sua nova condição. A linha que saiu do carretel, e passou para a lata. O livro que ocupou um lugar destacado no estante, aguardando um alçar voo, tal como uma pipa.

 
Em 29/01/2016
Entre Natal/RN e Parnamirim/RN

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Branded Content (produtor de conteúdo)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq

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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O velho truque de apontar dificuldades, para vender facilidades


O velho truque de apontar dificuldades,
para vender facilidades



PDF 558






Saiu o resultado da investigação de um acidente aéreo acontecido em SSZ – na cidade de Santos/SP. O provável culpado apontado, pode ser o piloto, falecido na queda do avião. E a família tenta reunir novas ideias e novas provas, para reverter as conclusões e o laudo. Já que o culpado apontado, não está presente, para fornecer a sua versão. E as testemunhas presentes no acidente, testemunhas do fato, e do piloto também não. Não houve sobreviventes, entre os que ocupavam o avião.

O laudo apresenta falhas no procedimento de pouso e aproximação. Manobras que deveriam ser feitas pelo piloto com o avião em curso, e não foram feitas, para alcançar a cabeceira da pista. E fazer o procedimento de pouso, dando fim a uma missão. Não houve colisão em obstáculos na pista, mas houve perda de sustentação, com a aeronave caindo na zona urbana da citada cidade.

Não era um aeroporto familiarizado com pousos e decolagens constantes, com aviões civis e comerciais. Era uma base militar, aberta a pousos e decolagens, de acordo com prioridades e necessidades. Não há voos regulares, e não há controladores do espaço aéreo. Cada pouso ou decolagem deve ser feito com procedimentos técnicos e descritos, em manuais e livros.

Não cabe aqui levantar outras hipóteses de caráter técnico ou de procedimentos aéreos. Mas cabe entender que aconteceu uma oportunidade para estabelecer novos critérios, para novos procedimentos. Critérios que podem criar especializações e capacitações de novas tripulações e equipes em terra, com novas instruções, novas normas, normativas, e novos equipamentos.

Com argumento da inovação. Com braim storm de ideias. Com o argumento de saída da região de conforto; novas especializações e capacitações poderão acontecer. Autoridades sentadas por traz de uma mesa, bem longe dos aviões e das pistas, vestidos de terno e gravata, e por algumas vezes com uma capa ou uma toga, estabelecerão as novas regras impostas. Regras de voos e procedimentos. Regras que aumentam a distância entre capacitados e incapacitados, de acordo com seus pontos de vista. Os homens e as leis, defendem pessoas e lobbys.

Exclui-se a fatalidade, a falha é daquele que executa, de quem está no comando do equipamento. A falha é do condutor que não obedeceu determinadas regras. Regras que foram impostas, a partir do ponto de vista que um voo ou um deslocamento, não é influenciado por fatores externos. Tudo é um ato esperado e previsível, sem falhas de equipamentos. E como quem defende tem o ônus da prova, cabem a eles levantarem provas da incapacidade dos pilotos. E criarem novas estratégias de formarem novos pilotos, especializados e capacitados com as novas regras.

Outros voos comentados nos noticiários, são os voos dos mosquitos. Resultados científicos, tem dado conta que mosquitos modificados geneticamente, vem diminuindo os riscos de infestação pelo vírus da Dengue. Resultados científicos apontados dão conta, dão a entender, que já é calculado e já é esperado um número de ovos a serem eclodidos. Talvez já saibam quantos serão picados e quantos serão infectados. Mas dizem serem as reduções dos casos, pela infestação dos novos mosquitos. Mosquitos transgênicos, vindos de laboratórios.

Não avaliam o trabalho da população com seus cuidados e suas culpas impostas, que vigiam e evitam poças expostas. Dão resultados pelas experiências anunciadas, que mosquitos modificados trazem menores problemas, e dão melhores resultados. Até o dia que aconteça um acidente em um laboratório, por um técnico descuidado, desinformado ou incapacitado. E novas especializações e capacitações surjam. Com protocolos de manipulação e execução.

Até que precisem de novas causas ou regras para serem defendidas. Como um caso recente de criar novas doenças para diminuir os registros de Dengue, criaram Zica e o Chicunkunya. Tudo produzido e disseminado pelo mesmo mosquito.

Com infestações, epidemias, secas e inundações, o Brasil torna-se como sempre, um pais de risco, disfarçados e justificados pela economia. Desde o tempo que era infestado por animais, índios e matas, quando o mosquito já existia, e transmitia a febre amarela. E era preciso escravizar, desbravar e catequisar.


Em 20/01/16

Roberto Cardoso “Maracajá”

Produtor de conteúdo (Branded Content)

  

Texto disponível em:
http://www.publikador.com/politica/roberto-cardoso-(maracaja)/o-velho-truque-de-apontar-dificuldades-para-vender-facilidades



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