A
construção do conhecimento (7)
Versão 2
A cabeça de um aluno não é
uma caixa vazia, de paredes colabadas, onde se possam inserir conceitos com uma
exposição oral ou escrita, áudio ou visual. Conhecimento se constrói com os
usos e abusos dos sentidos, uma organolepcia induzida. Um conhecimento pode ser
produzido e assimilado reciprocamente, por alunos e professores, tal como dois vasos
comunicantes onde os níveis dos líquidos tendem a se equilibrar. Mestre é o
professor que aprende mais que o aluno em colóquios educacionais, as
dificuldades se tornam oportunidades.
Os denominados CSTs, objetivam
acelerar a chegada da mão de obra ao mercado de trabalho, bem como permitir aos
que já no mercado, obterem uma diplomação na atividade. Uma necessidade nacional,
do Brasil, participar na competitividade do mercado global, uma ação
estratégica, em um mundo internacionalizado, econômica, política e educacional.
Um país se constrói com homens e livros, disse Monteiro Lobato. Agora se
constrói com cidadãos e conhecimento.
As TICs, não substituem recursos
pedagógicos nem a presença no ambiente escolar. Elas acrescentam, são novos
recursos, levam o meio exterior ao meio interior. “Quando a roda grande entrar
na roda pequena” ─ um dito profético. O conhecimento é construído
reciprocamente, entre aluno e professor. O aluno chega a escola com vivencias e
experiências novas diariamente, muito bem familiarizado com as TICs. Rádio, teatro,
cinema e TV fazem parte de um passado recente, a informação esta literalmente na
palma da mão.
Professores dos CSTs foram
pegos de surpresa, não foram capacitados a lidar com novos alunos, com conhecimento
oriundo de experiências, vivencias e convivências, como dizem os titulados da academia,
as expertises de cada um. Exaltam as suas expertises e tentam ignorar,
menosprezar as dos alunos. Em seminários os palestrantes são apresentados com
exaltação dos feitos com efeitos, graduações e titulações, aqui, ali e alem mar.
Uma batalha conferencista onde os títulos e canudos são suas armas e escudos.
Professores imbricaram o que
aprenderam, o aluno é um ser sem luz (alumes,
sem luz). Professam aquilo que aprenderam, enquanto alunos e professores devem
ser estudantes e estudiosos, com simbiose. Uma multiexpertise lustrando e
ilustrando os ambientes educacionais, uma educação sem fronteiras e sem barreiras,
operada por facilitadores.
A Terra é redonda e o mundo
é quadrado. As teorias acadêmicas formam um mundo cuboide multifacetado transpassado
por retas, diagonais, secantes e tangentes. Fazem do mundo uma bandeira
anglicana tridimensional. A academia acolhe detentores de um poder simbólico, posicionando-os
em uma cátedra simbólica como donos de um conhecimento intocável, que intimida
evitando questionamentos. Impõem uma dieta de conhecimentos julgando oferecer o
suficiente e necessário.
Experiências começam em de
casa. Planejar um jantar ou um almoço é o início de um processo decisório que
não vai simplesmente ajudar uma tomada de decisão. Para decidir é preciso
conhecer as opções elencadas no processo. Ao pensar um cardápio, a primeira
duvida é saber quem vai comer: um carnívoro, um vegetariano ou um onívoro, quem
sabe até um macrobiótico. Com onívoros vem a duvida de preparar pratos a base
de carne, de peixe, de ave, ou de massa. Com carnes, aves e pescados, a escolha
do corte, tipo e classe de animal, mamífero ou reptil, caçador ou predador. A ave
pode ser de caça, de granja, ou caipira. Peixes de mar, de rio ou de lago,
nativo ou de criação. O pescado pode ser salgado, fresco ou congelado. Em
conserva, peixes, crustáceos, moluscos, bivalve ou octopode, de águas rasas ou
profundas, de maré alta ou baixa, igarapé ou mangue. Nacional ou importado, de
Xarias ou Canguleiros.
Massas geométricas bidimensionais
e tridimensionais, com coberturas, recheios e molhos diversos. Uma infinidade
de vegetais silvestres ou cultivados, medicamentosos e fitoterápicos: raízes,
folhas, frutos e sementes, nativos ou importados. Secos, frescos ou congelados,
em conservas condimentadas e/ou processadas. Embalados em papeis ou plásticos, vidros
e alumínios ou outros minerais simples e compostos, um passeio pela tabela
periódica, driblando o tempo e as intempéries.
Com o ingrediente dos pratos
principais, o modo de preparo: assado, frito ou cozido, dependendo do linguajar
local ainda pode ser torrado ou picado. Os temperos a serem utilizados, entre
marinados e vinha d’alhos, mais uma variedade de especiarias e condimentos. Ovos
e ovas com proteínas e placentas. Ácidos
cítricos, acéticos e balsâmicos, óleos e azeites, aromatizados ou mixados. Féculas
e amidos de tubérculos e sementes. Variedades de cloreto de sódio, do líquido
ao sólido, do grosso ao finíssimo, passando pelo refinado, na arte e na textura.
Preparados na brasa ou na lenha,
outra lista de opções começa, sobre o local, instrumentos e utensílios a serem
utilizados, com atenção aos itens de segurança, não só do fogo, mas da
conservação dos alimentos. Dependendo do número de pessoas uma linha de
produção deve ser organizada para que todos sejam servidos a contento. A
disposição das mesas e dos alimentos sobre elas pode levar a um estudo de
tempos e movimentos evitando aglomerações e filas.
Por fim ainda será necessário
saber se entre os comensais há algum hipertenso ou hiperglicemico. Se há alguém
com restrição de algum alimento, orgânico ou inorgânico. Dietas temporárias ou
permanentes, médicas ou estéticas, qualitativas ou quantitativas. Os alimentos servidos
devem ter alertas a fenilcetonúricos, intolerantes a lactose ou glúten. Identificados
de seus altos ou baixos teores, de gorduras e açucares (light ou diet), para uns
remédios para outros venenos.
Planejar e preparar uma
refeição requer enormidade de conhecimentos, podendo ser preparado por uma
simples cozinheira ou renomado chef de rotisserie, orientado por dona de casa
ou nutricionista. De uma salada de alface a uma salada Caesar, importante é que
todos saiam satisfeitos, alimentados da alma do corpo e da mente com sabores e saberes.
Outros processos decisórios
seguem, com bebidas e sobremesas, fechando com um cafezinho que é feito com os
mesmos princípios, de água e pó, mas não dão resultados iguais se feitos por
pessoas diferentes.
FIM (7)
Jornal de HOJE
|
Entre Natal e Parnamirim/RN ─ 27/10/2013
|
|
|
|
Roberto Cardoso
(Maracajá)
Estrategista
Reiki Master & Karuna Reiki Master
023.1461.13 CMEC
Cadastro Municipal de
Entidades Culturais
Fundação Cultural Capitania das Artes FUNCARTE Natal/RN
Cientista Social
Jornalista Científico
Colunista em Informática em Revista
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Norte)
|