domingo, 27 de outubro de 2013

A construção do conhecimento (7)


A construção do conhecimento (7)
Versão 2

 

A cabeça de um aluno não é uma caixa vazia, de paredes colabadas, onde se possam inserir conceitos com uma exposição oral ou escrita, áudio ou visual. Conhecimento se constrói com os usos e abusos dos sentidos, uma organolepcia induzida. Um conhecimento pode ser produzido e assimilado reciprocamente, por alunos e professores, tal como dois vasos comunicantes onde os níveis dos líquidos tendem a se equilibrar. Mestre é o professor que aprende mais que o aluno em colóquios educacionais, as dificuldades se tornam oportunidades.

Os denominados CSTs, objetivam acelerar a chegada da mão de obra ao mercado de trabalho, bem como permitir aos que já no mercado, obterem uma diplomação na atividade. Uma necessidade nacional, do Brasil, participar na competitividade do mercado global, uma ação estratégica, em um mundo internacionalizado, econômica, política e educacional. Um país se constrói com homens e livros, disse Monteiro Lobato. Agora se constrói com cidadãos e conhecimento.

As TICs, não substituem recursos pedagógicos nem a presença no ambiente escolar. Elas acrescentam, são novos recursos, levam o meio exterior ao meio interior. “Quando a roda grande entrar na roda pequena” ─ um dito profético. O conhecimento é construído reciprocamente, entre aluno e professor.  O aluno chega a escola com vivencias e experiências novas diariamente, muito bem familiarizado com as TICs. Rádio, teatro, cinema e TV fazem parte de um passado recente, a informação esta literalmente na palma da mão.

Professores dos CSTs foram pegos de surpresa, não foram capacitados a lidar com novos alunos, com conhecimento oriundo de experiências, vivencias e convivências, como dizem os titulados da academia, as expertises de cada um. Exaltam as suas expertises e tentam ignorar, menosprezar as dos alunos. Em seminários os palestrantes são apresentados com exaltação dos feitos com efeitos, graduações e titulações, aqui, ali e alem mar. Uma batalha conferencista onde os títulos e canudos são suas armas e escudos.

Professores imbricaram o que aprenderam, o aluno é um ser sem luz (alumes, sem luz). Professam aquilo que aprenderam, enquanto alunos e professores devem ser estudantes e estudiosos, com simbiose. Uma multiexpertise lustrando e ilustrando os ambientes educacionais, uma educação sem fronteiras e sem barreiras, operada por facilitadores.

A Terra é redonda e o mundo é quadrado. As teorias acadêmicas formam um mundo cuboide multifacetado transpassado por retas, diagonais, secantes e tangentes. Fazem do mundo uma bandeira anglicana tridimensional. A academia acolhe detentores de um poder simbólico, posicionando-os em uma cátedra simbólica como donos de um conhecimento intocável, que intimida evitando questionamentos. Impõem uma dieta de conhecimentos julgando oferecer o suficiente e necessário.

Experiências começam em de casa. Planejar um jantar ou um almoço é o início de um processo decisório que não vai simplesmente ajudar uma tomada de decisão. Para decidir é preciso conhecer as opções elencadas no processo. Ao pensar um cardápio, a primeira duvida é saber quem vai comer: um carnívoro, um vegetariano ou um onívoro, quem sabe até um macrobiótico. Com onívoros vem a duvida de preparar pratos a base de carne, de peixe, de ave, ou de massa. Com carnes, aves e pescados, a escolha do corte, tipo e classe de animal, mamífero ou reptil, caçador ou predador. A ave pode ser de caça, de granja, ou caipira. Peixes de mar, de rio ou de lago, nativo ou de criação. O pescado pode ser salgado, fresco ou congelado. Em conserva, peixes, crustáceos, moluscos, bivalve ou octopode, de águas rasas ou profundas, de maré alta ou baixa, igarapé ou mangue. Nacional ou importado, de Xarias ou Canguleiros.

Massas geométricas bidimensionais e tridimensionais, com coberturas, recheios e molhos diversos. Uma infinidade de vegetais silvestres ou cultivados, medicamentosos e fitoterápicos: raízes, folhas, frutos e sementes, nativos ou importados. Secos, frescos ou congelados, em conservas condimentadas e/ou processadas. Embalados em papeis ou plásticos, vidros e alumínios ou outros minerais simples e compostos, um passeio pela tabela periódica, driblando o tempo e as intempéries.

Com o ingrediente dos pratos principais, o modo de preparo: assado, frito ou cozido, dependendo do linguajar local ainda pode ser torrado ou picado. Os temperos a serem utilizados, entre marinados e vinha d’alhos, mais uma variedade de especiarias e condimentos. Ovos e ovas com proteínas e placentas. Ácidos cítricos, acéticos e balsâmicos, óleos e azeites, aromatizados ou mixados. Féculas e amidos de tubérculos e sementes. Variedades de cloreto de sódio, do líquido ao sólido, do grosso ao finíssimo, passando pelo refinado, na arte e na textura.

Preparados na brasa ou na lenha, outra lista de opções começa, sobre o local, instrumentos e utensílios a serem utilizados, com atenção aos itens de segurança, não só do fogo, mas da conservação dos alimentos. Dependendo do número de pessoas uma linha de produção deve ser organizada para que todos sejam servidos a contento. A disposição das mesas e dos alimentos sobre elas pode levar a um estudo de tempos e movimentos evitando aglomerações e filas.

Por fim ainda será necessário saber se entre os comensais há algum hipertenso ou hiperglicemico. Se há alguém com restrição de algum alimento, orgânico ou inorgânico. Dietas temporárias ou permanentes, médicas ou estéticas, qualitativas ou quantitativas. Os alimentos servidos devem ter alertas a fenilcetonúricos, intolerantes a lactose ou glúten. Identificados de seus altos ou baixos teores, de gorduras e açucares (light ou diet), para uns remédios para outros venenos.

Planejar e preparar uma refeição requer enormidade de conhecimentos, podendo ser preparado por uma simples cozinheira ou renomado chef de rotisserie, orientado por dona de casa ou nutricionista. De uma salada de alface a uma salada Caesar, importante é que todos saiam satisfeitos, alimentados da alma do corpo e da mente com sabores e saberes.

Outros processos decisórios seguem, com bebidas e sobremesas, fechando com um cafezinho que é feito com os mesmos princípios, de água e pó, mas não dão resultados iguais se feitos por pessoas diferentes.

FIM (7)

Jornal de HOJE

 
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  27/10/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
Estrategista
 
Reiki Master & Karuna Reiki Master
 
 
023.1461.13 CMEC
Cadastro Municipal de Entidades Culturais
Fundação Cultural Capitania das Artes
FUNCARTE
Natal/RN
 
Cientista Social
Jornalista Científico
Colunista em Informática em Revista
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)